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Países se praparam para enfrentar bug do ano 2000
Do Diário do Grande ABC
10/11/1999 | 12:54
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Ameaça real para uns, um grande blefe para outros, o fantasma do Y2K, o chamado ``bug do ano 2000', continua pairando sobre os preparativos para a grande festa do final de ano, a apenas 50 dias para a virada para o ano 2000.

De Londres a Sidney, de Washington ao Rio de Janeiro, de Paris a Guizé, os preparativos prosseguem animadamente, apesar do medo em escala mundial causado pela possível paralisaçao de setores-chaves em funçao falha informática.

Os países desenvolvidos afirmam que estao em condiçoes de fazer frente ao efeito 2000, mas ainda persistem dúvidas sobre a confiabilidade dos sistemas de telecomunicaçoes, de ar condicionado, elevadores e escadas rolantes.

A Rússia e os países da Europa do Leste admitem que nao estao de todo preparados, mas descartam a hipótese de um cataclismo, em particular no setor nuclear civil.

No Japao e na Tailândia, as autoridades pediram que a populaçao preparem reservas de água, alimentos, medicamentos e gasolina.

Milhares de norte-americanos já começaram, desde o início de outubro, a guardar dinheiro em efetivo por temor que suas contas fiquem bloqueadas.

Milhoes de dólares foram gastos para preparar o planeta para enfrentar uma eventual falha dos sistemas informáticos, que poderá ocasionar cortes de eletricidade, problemas nos transportes aéreos, navais e ferroviários e incontáveis erros na administraçao das contas bancárias e caixas automáticos, além da gestao de intercâmbios comerciais.

Os militares consideram o risco tao grave que o Pentágono criou, no Colorado, um centro no qual, durante um mês, os militares americanos e russos vigiarao o efeito 2000 para que nao ocorram catástrofes nucleares.

Os Bancos Centrais estao imprimindo cédulas para enfrentar a demanda maciça de dinheiro em efetivo. Nos Estados Unidos, a Reserva Federal previu uma disponibilidade de US$ 200 bilhoes em efetivo em suas caixas fortes, ou seja, 50 bilhoes a mais que o habitual. A Tailândia também anunciou ter duplicado suas reservas. Hong Kong, India, Austrália e Filipinas tomaram precauçoes similares.

A Coréia do Sul decidiu fechar os bancos e as instituiçoes financeiras durante quatro dias no final do ano. Durante esse período, os particulares também nao poderao depositar nem retirar dinheiro nos caixas automáticos.

No entanto, os governos, as autoridades sanitárias e companhias aéreas declaram esperar o dia em questao com serenidade, apesar de vários vôos terem sido cancelados para o dia 31 de dezembro e 1º de janeiro, o tráfego ferroviário será reduzido ou interrompido em certos países e os hospitais começaram a preparar reservas de medicamentos.

Outro motivo de preocupaçao é a possibilidade das seitas milenaristas cometerem atos de violência com a chegada do ano 2000. Em Israel, a polícia teme que alguns dos milhares de peregrinos esperados na Terra Santa pertençam a seitas apocalípticas que acreditam que é preciso acelerar o advento do fim do mundo mediante suicídios coletivos.

Nos Estados Unidos, milhares de ``sobrevivencialistas', entre os quais milícias de extrema-direita, começaram a armazenar alimentos e armas de todos os tipos.

Mais baratos que a luta contra o efeito 2000, os preparativos para as festividades de fim de ano já mobilizam milhares de criadores, artistas, técnicos, arquitetos e pirotécnicos.

A Gra-Bretanha é o país que prepara com mais empenho as celebraçoes. Londres proclamou-se a ``cidade do Milênio' e destinou às mesmas um orçamento de US$ 10 bilhoes.

No dia 31 de dezembro, milhoes de pessoas poderao acompanhar ao vivo as manifestaçoes mais diversas, como as doze badaladas da meia-noite na Times Square (Nova York), a contagem regressiva da Torre Eiffel (Paris), o primeiro amanhecer do ano 2000 na ilha Pitt, no Pacífico, a espetacular queima de fogos na praia de Copacabana, sem esquecer o disputado nascimento do ``primeiro bebê do milênio'.




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