Com medo de perder o mandato de vereador por ter trocado no final de 2005 o PSDB – partido pelo qual se elegeu para a Câmara de Santo André em 2004 – pelo PSC, o advogado Samuel Siqueira culpou os vereadores Airton Bíscaro e Marcos Medeiros, ambos do PSDB, de serem os responsáveis por sua troca de legenda.

Os tucanos foram contrários à atitude de Siqueira, que passou a votar com a base de sustentação do prefeito João Avamileno (PT). “Fui perseguido por eles. Por algum motivo, decidiram fazer ataques pessoais gratuitamente. Foi um período desgastante e de forte pressão. Optei por deixar o PSDB a fim de preservar o nome do partido, que constantemente estava na imprensa de forma negativa”, argumenta. “Veiculavam matéria em cima do meu nome, dizendo que iriam pedir comissão de ética para o meu caso”, lamenta.

Os vereadores desmentem a versão de Siqueira. “Mas se defender a fidelidade partidária for perseguição, então eu o persegui. Sempre cobrei uma postura dele, como vereador de oposição. Eu era líder da bancada e não poderia aceitar um vereador que ia na direção contrária ao nosso pensamento. Porém nunca existiu perseguição alguma. Não tenho nada pessoal contra ele”, defende-se Medeiros.

Outro fator que irritou os tucanos foi o posicionamento de Siqueira na eleição que escolheu o ex-presidente da Câmara. Bíscaro lembra que o ex-tucano votou em Luiz Zacarias (PR) quando, na verdade, a oposição defendia o nome de Carlos Ferreira (PDT). “Nunca tive atrito com o Samuel, até porque eu fui o responsável por trazê-lo ao PSDB. Mas, evidentemente, não gostei da atitude dele. Poderíamos ter eleito outro presidente na Casa, a idéia era ter grupo fechado, de doze pessoas, que se rompeu no primeiro dia. E naquele momento o voto de minerva foi do Samuel”, explica.

Bíscaro descarta ter ocorrido qualquer tipo de perseguição ao vereador. “Ele deixou o partido porque o diretório já tinha decidido que ou ele saia ou seria expulso. Afinal, o que ele queria? Votar com o PT e continuar no PSDB? Isso não é possível. Não se pode servir a dois senhores”, acredita.