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Figueroa é como vinho
Por Alec Duarte
Da AS/Especial para o Diário OnLine
De Montevidéu
30/06/2001 | 14:23
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Ele se tornou um jogador de verdade no Peñarol, clube que passou a defender aos 18 anos. E virou um mito no Internacional, o supertime que dominou o futebol brasileiro na década de 70. Agora, mais velho, Don Elías Figueroa tem outro desafio: vai virar vinho. “A iniciativa foi do meu filho, que mora em Porto Alegre e trabalha no ramo. Será uma honra lançar o produto em primeira mão no Brasil”, diz Figueroa, que é chileno - terra de ótimos vinhos.

O ex-zagueiro símbolo de raça e dedicação agora quer fortalecer seu lado empresário, depois de um incursão mal-sucedida na profissão de treinador. Com a marca Don Elías, Figueroa espera manter a tranqüilidade da família por mais alguns anos. “É que ser técnico de futebol é mais complicado ainda para a família, que sofre todo tipo de pressão”, revela ele, que não desistiu do banco de reservas: em alguns anos promete voltar ao batente.

Figueroa, às vezes, também comenta jogos para emissoras de televisão de seu país. Desta vez, veio a Montevidéu a convite de uma emissora gaúcha. E tem várias dúvidas sobre o que vai ver hoje à tarde no Estádio Centenário. Diz que os dois times estão em um momento parecido, que dificulta qualquer tipo de prognóstico.

“O Brasil é sempre favorito, porque o futebol uruguaio caiu muito”, conta o ex-jogador, que aprovou totalmente a escolha de Luiz Felipe Scolari. Para Figueroa, Felipão é a pessoa indicada para ocupar a vaga de Leão porque é o treinador “mais vencedor dos últimos anos no futebol brasileiro.”

Apesar disso, a ciranda dos técnicos é criticada por Figueroa, que a considera a verdadeira responsável pela crise de nosso futebol. “Os técnicos no Brasil mudam muito, isso prejudica qualquer tipo de trabalho. A própria Seleção vai estrear seu quarto técnico nas eliminatórias. É muita coisa”, afirma.

Um chileno com enorme carinho por Brasil e Uruguai. É assim que Figueroa descreve como vai se sentir assistindo ao jogo de hoje. Ele morou muito tempo nos dois países e hoje percebe que a Seleção Brasileira, apesar de mais forte do que o rival de hoje, não é mais a mesma. “O Brasil dormiu no ponto e ficou achando que camisa ganhava jogo”, decreta. No fundo, Figueroa espera o empate.




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