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Indústria perde 10.753 vagas na região
Por Lucas Tieppo
Especial para o Diário
05/05/2009 | 07:00
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A indústria de transformação, setor onde está incluído o segmento automobilístico, foi a grande vilã na perda dos 12.170 postos de trabalho na região do ABC no primeiro trimestre do ano.

De acordo com o Observatório do Emprego e do Trabalho, da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, a região do ABC perdeu 10.753 postos de trabalho na indústria de transformação nos primeiros três meses de 2009. Somente em março, o setor perdeu 3.832 vagas.

Na comparação entre março e fevereiro deste ano, foram perdidas 3.509 vagas. O resultado foi amenizado pelas contratações nos setores de construção e educação.

O secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, creditou os números negativos à falta de crédito. "O comércio desempregou em março, o que era comum apenas nos primeiros dois meses do ano. A causa é o problema do crédito, embora já exista uma retomada. As grandes empresas de varejo, que buscavam o crédito fora do País, passaram a buscar o crédito interno. Isso atrapalhou o comércio menor, que passou a demitir. Também tivemos um aumento efetivo no desemprego devido à indústria de transformação".

Segundo Afif, a atuação do governo estadual para amenizar o desemprego vai acontecer na qualificação dos trabalhadores com a disponibilização de 40 mil vagas em cursos - todas com bolsa -, além de fazer a identificação dos setores mais atingidos.

Hélio Zylberstajn, presidente do Ibret (Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho), ressaltou que o saldo positivo de 38 mil empregos criados em março, sendo 34 mil deles em São Paulo, se deve à sazonalidade. "Cerca de 60% destas vagas foram na educação, agricultura e agronegócio que são setores sazonais e não refletem recuperação efetiva. A retomada ainda não aconteceu", afirmou Zylberstajn.

O coordenador da Fundação Seade, Alexandre Jorge Loloian, explicou que o aumento no desemprego na região se deve ao retorno à busca de uma vaga de pessoas que estavam fora do mercado e ainda não conseguiram ocupação. "O que ocorreu foi o retorno da chamada mão de obra secundária ao mercado, como jovens e mulheres, mas que ainda não encontraram ocupação", explicou.

(Supervisão Marcos Seabra)




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