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Bancos buscam recuperar mercado de crédito em 2010
09/11/2009 | 07:05
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Os bancos privados preparam o terreno para em 2010 recuperarem parte do mercado de crédito perdido nos últimos meses para as instituições públicas. A primeira etapa já foi cumprida, que é o fortalecimento da base de capital. Agora, esses bancos serão mais agressivos na concessão de financiamentos. "Nosso poder de competição é para aproveitar este momento", alertou o diretor presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

Dados do Banco Central indicam que os bancos públicos respondiam por 40,48% do total do crédito no país em setembro. Um ano antes esse segmento detinha 34,11% dos empréstimos. Já o setor privado (incluindo os bancos de capital estrangeiros) viu sua participação cair de 65,89% para 59,52%. Essa mudança no mercado foi fruto da postura anticíclica adotada, principalmente, por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, durante a crise financeira internacional, que enxugou a liquidez dos mercados.

Para ocuparem o espaço perdido, esses bancos estão com capital reforçado, o que permite maior concessão de crédito. O Santander registrava ao final de setembro um índice de Basileia de 17,8%, ante os 14% do mesmo mês de 2008. Esse indicador será ainda reforçado com os recursos da oferta pública de R$ 14,1 bilhões, que foi concluída em outubro. O Bradesco viu esse mesmo indicador saltar de 15,6% para 17,7% no mesmo período, em parte pela emissão de dívida subordina de US$ 750 milhões realizada no exterior. Já o Itaú Unibanco registrava no terceiro trimestre uma Basileia de 16,3%, melhora de 1,6 ponto porcentual em 12 meses. "O setor privado criou robustez patrimonial a partir da perspectiva de maior crescimento do crédito no próximo ano", afirma o analista da Lopes & Filho Consultoria João Augusto Salles.

A Basileia mede a capitalização de uma instituição financeira. No Brasil, o total de patrimônio deve corresponder, em média, a no mínimo 11% dos empréstimos. Quanto maior a Basileia, maior a capacidade de concessão de crédito do banco. Só no caso do Bradesco, por exemplo, o potencial é de concessão de R$ 200 bilhões, quase a totalidade da carteira total hoje, que é de R$ 215,536 bilhões.

O BB também contará com um reforço em seu capital, já que em outubro levantou US$ 1,5 bilhão em dívida subordinada no exterior no mês passado.




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