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Luiz Marinho já age para redesenhar a Câmara
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
03/01/2009 | 07:02
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Para iniciar o mandato com a conjuntura favorável, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), deve remodelar a Câmara. Sem um homem forte na Casa, o petista terá de ampliar a base de sustentação e garantir um bom articulador, capaz de organizar a bancada de situação, que agiu como oposição na cidade durante os últimos 16 anos - o PT deixou o comando da Prefeitura em 1992.

Sem opção, cogita-se a possibilidade de o ex-vereador Wagner Lino (PT), primeiro suplente da legenda, voltar ao Legislativo, já que não ganhou espaço no governo. O cenário só poderá se concretizar se Marinho nomear um parlamentar petista para administrar uma das secretarias sem comandantes. Nos bastidores, comenta-se a provável nomeação de Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete, para gerir a Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania). Reeleito, o petista não ganhou cargo na mesa diretora e as funções de líder da bancada e vice-presidente foram herdadas por Tião Mateus e José Ferreira, respectivamente.

O novo desenho facilitaria a vida do chefe do Executivo, mas não eliminaria o fato de que a conquista do DEM é insuficiente para manter a tranquilidade. Embora o apoio tenha desestruturado a oposição, viabilizando maioria na Câmara (11 das 21 cadeiras), a manobra não garantiu a tão sonhada governabilidade e o "cenário confortável para tocar os trabalhos" não foi exatamente o reflexo da primeira sessão.

Resistentes, os rivais prometem fechar as portas para qualquer negociação que lembre a palavra "unidade". "Eles podem ter presidência e todas as comissões nas mãos, mas os projetos terão de ser aprovados e estamos unidos para manter uma oposição estruturada", reforçou Ary de Oliveira (PSB), evidenciando a tentativa de travar votações importantes como a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e o próprio orçamento de 2010.

O PMDB - especulado como a sigla mais propensa a apoiar o governo - não fez a política da boa vizinhança e iniciou a legislatura votando ao lado da oposição na eleição da mesa diretora. Mas o líder do partido, Tunico Vieira, deixou no ar a especulação de uma possível união ao afirmar que a sigla "será independente". "Nosso posicionamento é conciliador", assegurou.

Enquanto a indefinição ainda paira no Paço, aliados de Marinho continuam arquitetando para angariar vereadores do PSB e PSDB. Mais uma vez, um articulador de peso será mais do que necessário para controlar os ânimos ente os poderes e garantir o sono do prefeito.




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