Economia Titulo Mercado automotivo
Emplacamentos crescem 20,99% no Grande ABC

No ano passado, foram comercializadas 47.643 unidades, 8.265 a mais que em 2017

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
04/01/2019 | 07:30
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


O emplacamento de veículos – incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – no Grande ABC cresceu 20,99% no ano passado, em relação a 2017. No total, foram vendidas nas sete cidades 47.643 unidades, o que representa 8.265 veículos a mais do que no ano anterior. Na média, em 2018 foram realizadas 130 vendas diárias.

Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e mostram que os números da região tiveram um aumento percentualmente maior do que a média nacional, que registrou crescimento de 14,6% em 2018 (leia mais abaixo). Mesmo com o incremento no mercado de veículos regional, o número ainda fica distante dos dados de 2012, pré-crise econômica, quando chegou a 74.535 emplacamentos – 26% mais do que agora.

De acordo com o coordenador de MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, o crescimento é uma continuidade dos últimos meses e está em linha com o esperado. “Dado um maior otimismo e uma menor restrição do lado econômico como todo, automaticamente o crescimento se confirmou neste período. Mas é importante ressaltar que, nacionalmente, o mercado já esteve em 4 milhões de unidades por ano e, agora, retornou a 2,5 milhões. Ainda temos muito a melhorar, e tudo vai depender da retomada econômica e do crescimento de PIB (Produto Interno Bruto).”

O crescimento foi puxado principalmente pelo aumento das vendas de caminhões, que subiram de 1.192 em 2017 para 1.564 em 2018, ou seja, 31,21%, e dos ônibus, que tiveram aumento de 87,1% (saltando de 341 unidades para 638 no ano passado).

“É importante lembrar que o ramo de caminhões foi o que mais se retraiu na crise e chegou a 80% de ociosidade. Na medida em que destravou um pouco a economia, também foram feitos investimentos de infraestrutura, por isso houve este aumento na venda, principalmente dos caminhões mais pesados”, assinalou Martins. “Em relação aos ônibus, como fruto deste destravamento sentido no setor privado, houve renovação das frotas em alguns Estados.”

Dentre as cidades, a que registrou o maior crescimento foi Rio Grande da Serra, onde as vendas saltaram de 121 em 2017 para 181 no ano passado, ou seja, 49,59% a mais. Mas São Bernardo continua com o maior fatia do mercado, com 13.798 veículos vendidos, ou seja, 39,21% do total.

Quanto ao volume de automóveis, houve alta de 19,04%, chegando a 42.910 unidades em toda a região.

EXPECTATIVA - Para o especialista, o crescimento do mercado de veículos nos próximos anos depende de dois fatores: otimismo com a economia e crescimento do PIB. A Fenabrave acredita que todo o setor deva ter alta de 10,1% nas vendas neste ano com relação a 2018, ressaltando que isso depende das reformas realizadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).


Vendas de veículos no Brasil aumentam 14,6% em 2018

Os dados nacionais mostram que as vendas de veículos cresceram 14,6% em 2018 na comparação com 2017, totalizando 2,5 milhões de unidades. O número ficou acima da projeção inicial da Fenabrave, que era de alta de 11% com relação a todo o setor.

Em julho do ano passado, por conta da paralisação nacional dos caminhoneiros – que se estendeu de 21 de maio a 1º de junho –, a perspectiva diminuiu para 9,8%. “Iniciamos 2018 com expectativa de alta mais moderada, porém, em razão da melhora mais acentuada da economia e da confiança de consumidor e investidores ao longo do ano, o desempenho do setor automotivo foi maior do que o esperado. Mesmo com acontecimentos negativos, como a greve dos caminhoneiros, em maio, e a indefinição política no período pré-eleitoral, o mercado continuou em ritmo de alta”, afirmou o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior.

Dentre os segmentos, o que obteve o maior destaque neste ano foi o de caminhões, que cresceu 46,79% em 2018, com o total de 76.431 pesados emplacados. Por conta da retração econômica, a base comparativa de 2017 ainda era baixa, já que este setor é o que costuma ser o primeiro prejudicado quando há queda nos índices econômicos.

“Os fatores que impactaram o resultado final de caminhões foram: a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que veio se consolidando ao longo do ano; a queda acentuada na inadimplência do setor; o aumento expressivo da participação dos bancos, tanto os privados como os de montadoras, nos financiamentos; o crescimento dos índices de confiança dos frotistas e transportadores, além da formação de frota própria, observada junto às empresas, como consequência da greve dos caminhoneiros”, avaliou o vice-presidente da Fenabrave, Sérgio Zonta. 




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