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Calor atrai turistas à Prainha do Riacho

Banhistas ignoram placas da Prefeitura indicando que água é imprópria; análise da Cetesb libera o uso

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
31/12/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O sol forte e a alta temperatura de ontem – os termômetros chegaram a marcar 30°C – atraíram diversos banhistas para a Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, apesar de condições impróprias apontadas pela Prefeitura. A expectativa do Corpo de Bombeiros é o local receber até 15 mil pessoas durante o feriado – ontem, cerca de 1.000 usufruíram do espaço.

As várias placas colocadas pela Prefeitura de São Bernardo indicando que a água não estava própria para banho não intimidaram os turistas, que aproveitaram o domingo de sol para se divertir com a família. Forte cheiro de esgoto alertava sobre as condições da represa, no entanto, no site da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a água da Prainha era apontada como própria para banho no último boletim, gerado em 28 de dezembro.

A maioria dos visitantes era de fora do Grande ABC, como a família que veio de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, formada pelo metalúrgico Fernando Barros, 26, a frentista Thais Silva, 24, e a pequena Danielly, 5. As visitas ao Riacho são frequentes e ocorrem a cada dois meses. Mas, apesar da placa indicativa sobre a qualidade da água, Barros acredita mais na sua própria avaliação. “Vejo se tem barro, se vejo lixo, essas coisas”, afirmou. Thaís também não sentiu medo pela qualidade da água e permitiu que a filha se banhasse. A gerente comercial Rose Viana, 40, também moradora da Zona Leste de São Paulo, visitava a Prainha pela primeira vez, acompanhada da filha Maria Luiza, 9. “A gente chega e vê a placa, preocupa, mas aí o sol está forte, tem tanta gente na água, ela também quis entrar”, justificou.

A dona de casa Rose Sanchez, 27, e o técnico de mecânica Carlos Sanchez, 44, moradores da Vila Nogueira, em Diadema, foram preparados para passar o dia todo. O casal estava acompanhado de mais quatro pessoas e o grupo levou uma barraca de camping e churrasqueira, além de bebidas para todos. “A barraca tanto protege do sol quanto dá mais privacidade para quem quer se trocar”, explicou Sanchez. A única queixa era sobre a falta de banheiros químicos. “Nos quiosques e nos bares a gente só pode usar se consumir, acaba saindo caro”, justificou Rose. Sobre a qualidade da água, o técnico afirmou que procura observar o aspecto da represa e o cheiro. “A praia também é poluída”, pontuou. “Aqui é uma opção de lazer barata e familiar”, concluiu.

Apesar do intenso movimento de pessoas, os comerciantes não estavam muito animados. Dona de uma barraca na beira da Prainha há 15 anos, Maria Frazão, 58, reclamou que essa tem sido uma das temporadas mais fracas dos últimos tempos. “As pessoas já trazem tudo de casa e acabam não gastando muito”, lamentou.

A Prefeitura de São Bernardo informou, por meio de nota, que colocará containers com banheiros normais, ao lado da ETE Rio Grande, para atender aos banhistas. A administração também lançou a Operação Verão Seguro, que até março reforça a integração entre a Guarda Civil Municipal e o Corpo de Bombeiros, para reforçar a segurança neste período de maior movimento. Sobre a Cetesb indicar a água própria para consumo, a Prefeitura destacou que é responsável pela verificação da qualidade da água na Prainha, que conta com laudos atestados pela sendo esta atestada por laudos feitos pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano).




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