Política Titulo Pulverizaçao
Santo André busca interromper jejum de 16 anos por vaga a federal

Cidade enfrenta hiato desde 2002 sem representação direta ao cargo

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/10/2018 | 07:00
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Santo André parte amanhã para tentar suspender jejum que perdura desde o processo eleitoral de 2002. Mesmo com universo de cerca de 570 mil eleitores e com tradição de no passado garantir espaço em Brasília, o município há 16 anos não elege de forma direta um representante na Câmara Federal. Na ocasião, a figura política que assegurou cadeira no Congresso Nacional foi Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), inclusive renovando mandato na Casa ao registrar 142,7 mil votos na esteira da primeira eleição vitoriosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Luizinho, em seu último mandato, assumiu posto de líder do governo Lula na Câmara. O petista teve nome incluído no processo do escândalo do Mensalão, mas foi absolvido pela Justiça. Embora inocentado no caso, sofreu desgaste, situação que impactou diretamente para o revés no projeto de reeleição em 2006.

Até a configuração do cenário local desfavorável, por exemplo, o eleitorado andreense chegou a eleger dois parlamentares federais nas três eleições anteriores (1990, 1994 e 1998). Na primeira empreitada em referência teve bancada com José Cicote (PT) e José Mendes Botelho (PTB). Na sequência, Celso Daniel (PT) e Duílio Pisaneschi (então no PTB). Já no último pleito citado foram eleitos Duílio e Luizinho. Cabe registrar que a cidade, nos dois pleitos antecedentes (1982 e 1986), também contabilizou vaga, em ambas com Mendes Botelho.

O ex-deputado Vanderlei Siraque (então no PT e hoje no PCdoB) assumiu boa parte da legislatura de 2011 a 2015, só que ficou como suplente em 2010. O quadro mostra que o panorama na disputa ao Congresso é pior que o da vizinha São Caetano – com colégio eleitoral de cerca de 128 mil eleitores –, que elegeu, em 2006, Ivan Valente. O ainda deputado pelo Psol mudou domicílio eleitoral pouco mais tarde para São Paulo visando concorrer, em 2008, no páreo à prefeitura da Capital.

No contexto geral a deputado, incluindo o pleito à Assembleia Legislativa, Santo André está desde 2010 sem eleger dois representantes, na oportunidade, com Carlos Grana (PT) e José Bittencourt (hoje no PRB). Em 2014, elegeu apenas Luiz Turco (PT) – a cidade já conquistou cinco assentos, entre federais e estaduais, em 1990. Diadema amarga intervalo desde 2010, com José de Filippi. Na última, saiu em branco. São Caetano, por sua vez, não tem cadeira direta no Parlamento paulista desde 2002, com Marquinho Tortorello, pelo PPS, filho do então prefeito Luiz Olinto Tortorello (morto em 2004).

São Bernardo, por outro lado, tem destoado deste histórico. Elegeu seis deputados na última eleição, e cinco em 2006 e 2010.




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