Emoção e fé resumem o sentimento de católicos que compareceram ao Santuário Senhor do Bonfim, no Parque das Nações, em Santo André, na noite de ontem, para prestigiar a 18ª edição da tradicional encenação da Paixão de Cristo, realizada pelo núcleo de artes cênicas do santuário.

Nem mesmo o tempo fechado foi capaz de tirar o brilho do espetáculo, que reuniu cerca de 2.000 pessoas, no estacionamento da paróquia, durante a encenação dos últimos dias de Jesus até a sua morte e ressurreição.

Com apoio de recursos tecnológicos, incluindo um painel de LED que reproduziu o cenário de Jerusalém, cerca de 60 atores participaram do espetáculo, com duração de uma hora e 30 minutos, dirigido por Lilian Godoi Evangelista, 49 anos. “Temos nos preparado desde novembro para este momento. Chegamos a pensar que não ia dar certo por conta da chuva que caiu antes do ato, mas graças a um milagre conseguimos realizar e levar a mensagem de fé para todos os presentes”, destaca.

Frequentador assíduo do Santuário Senhor do Bonfim, Jair Evangelista Júnior, 38, foi responsável neste ano por interpretar Jesus Cristo. “Já tinha feito isso em anos anteriores, mas é sempre um desafio muito grande”, enfatiza ele, que durante o ato circulou em três oportunidades por entre a plateia levando muitos fiéis ao choro.

“É uma emoção difícil de explicar. Relembrar tudo que Jesus passou para estarmos aqui hoje. Nessas horas, o coração fala mais alto”, destaca a dona de casa Ruth Vidal, 48 anos.

O sentimento foi compartilhado pela educadora Maria Aurora de Oliveira, 59, que compareceu ao espetáculo pela primeira vez. “Vim da Zona Leste, em São Paulo, acompanhar o ato a pedidos da minha vida. É algo lindo. Nos traz uma mensagem muito bonita sobre a fé”, afirma.

Embora a história seja velha conhecida do público, a encenação da morte de Jesus Cristo fez com que muitos fiéis chorassem durante a interpretação do ato.

Na ocasião, os atores circularam entre o público enquanto Jesus Cristo carregava a cruz em direção ao calvário, sob ameaças e agressões dos soldados romanos.

“Ver a cena na nossa frente choca por saber que crueldade fizeram com Ele. Mas é preciso lembrar tudo isso para passarmos a mensagem que Ele nos deixou”, disse a dona de casa Maria Aparecida de Lopes, 56.

De acordo com a organização do evento, foram investidos cerca de R$ 38 mil na produção do espetáculo.