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Wi-fi público ainda é serviço raro e falho no Grande ABC

Problemas estruturais atrapalham fornecimento de internet gratuita à população nas sete cidades

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
13/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Passados nove anos da primeira instalação de wi-fi público no Grande ABC, na Vila do Doce, em Ribeirão Pires, o serviço ainda engatinha na região. A equipe do Diário visitou alguns pontos – cuja oferta segue escassa nas sete cidades – e notou problemas na conexão, como a dificuldade para carregar uma página ou o desaparecimento completo do ponto de internet gratuita do visor do celular.

A situação é mais grave em Mauá. A cidade oferece espaço com dez computadores no terminal central de ônibus, na Praça 22 de Novembro, além de inúmeros pontos de rede, e poderia ser vista como promissora, não fosse a impossibilidade de se conectar a qualquer um deles. A reportagem tentou durante 20 minutos, em cinco pontos distintos, além de três veículos da Suzantur. Nada.

“Foi a primeira vez que testei e é constrangedor não funcionar, sabendo que muitas pessoas circulam por aqui”, lamentou o gesseiro Luiz Claudio da Silva, 36 anos, que acabara de visitar a mãe no Jardim Zaíra. Sobre o transtorno, a administração afirmou que a responsabilidade é da Suzantur.

Em Santo André, os pontos localizados na Praça IV Centenário e na Unidade de Saúde Utinga foram testados. O primeiro correspondeu perfeitamente na área central, entre a Câmara e o Paço. No entanto, em locais como o canteiro logo abaixo ao Viaduto Juscelino Kubitschek, o recurso não funcionou, assim como no estacionamento e em área ao lado da Rua Delfim Moreira.

A Prefeitura afirmou que não há wi-fi no Viaduto Juscelino Kubitschek nem na Rua Delfim Moreira. “Já no estacionamento do Paço há rede wi-fi próximo à portaria principal do térreo 1, mas não há no restante do estacionamento. Os testes foram realizados e está funcionando corretamente.”

Na Unidade de Saúde, o empresário Marcos Corrêa, 45, buscava conexão enquanto aguardava a mulher, que tentava marcar consulta. “É bacana porque quem não tem internet pode utilizar. Hoje em dia a internet é tudo. Acho até que deveriam expandir”, avaliou. O município dispõe da ferramenta também no Teatro Municipal e na creche Jardim Cristiane, além das escolas municipais.

Em Diadema, o estudante Bryan Mauricio Silva, 15, tentava se conectar à internet da Praça da Moça, no Centro. A intenção de falar com a mãe não foi concluída com sucesso. “Não tenho pacote de dados e quando coloco crédito ele vai embora rápido. Estava no ponto de ônibus e também não funcionou, assim como na escada. Mando a mensagem mas ela não vai, apesar de aparecer que está conectado”, afirmou.

Em São Bernardo, a população tem à disposição wi-fi na Biblioteca Monteiro Lobato, e a administração estuda instalar em outros pontos. “Já tive receio até de abrir o meu e-mail por se tratar de um wi-fi de serviço público, mas o meu antivírus sinalizou como segura. Aqui é um lugar muito tranquilo, então eu sempre venho estudar e trabalhar”, disse a nutricionista Fernanda Sabattin, 26, que faz pós-graduação. (Colaborou Yara Ferraz)

Disponibilidade de sinal no transporte coletivo da região também é pequena

Os coletivos que circulam pela região ofertam à população internet gratuita, porém o serviço é incipiente.

A Metra, que administra as linhas do trólebus, disponibiliza wi-fi e 4G em mais de 100 ônibus, do total de 250 veículos da frota. Segundo a empresa, os primeiros carros com acesso à internet começaram a circular em 2013.

Ainda de acordo com a Metra, as demais empresas que operam o sistema metropolitano na região não possuem wi-fi em seus ônibus. Entretanto, processo de licitação para concessão do serviço de ônibus intermunicipal na Grande São Paulo, que tem abertura de proposta marcada para o dia 21, prevê como uma das obrigações disponibilizar wi-fi em parte da frota.

Entre as cidades, um dos exemplos é Mauá, que tem 100% da frota municipal equipada desde o primeiro semestre. Em São Bernardo, 95 ônibus têm equipamento que disponibiliza wi-fi. Em Santo André, 82 ônibus contam com acesso à rede, sendo 76 em operação e seis reservas. 




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