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Países árabes se dizem favoráveis à 'Iniciativa de Genebra'
Da AFP
27/11/2003 | 13:03
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Os países árabes consideraram a "Iniciativa de Genebra" como uma nova contribuição aos esforços de paz, mas temem que o plano tenha poucos efeitos devido à política do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.

Tanto o Egito como a Jordânia, únicos países que assinaram tratados de paz com Israel, proclamaram seu apoio a este plano não-oficial descartado pelo governo israelense. O projeto foi anunciado em outubro, quando o ex-ministro de Justiça israelense, Yossi Beilin, e o ex-ministro da Informação palestino, Yasser Abed Rabbo, lideraram negociações para elaborar o plano que propõe soluções detalhadas para todas as questões do conflito.

Segundo o plano, que deve ser apresentado oficialmente na próxima segunda-feira, na cidade que leva seu nome, os palestinos devem recuperar praticamente toda a Cisjordânia e a soberania seria compartilhada em Jerusalém. Em contrapartida, os palestinos renunciariam de fato ao direito de retorno a Israel dos 3,8 milhões de refugiados.

O ministro das Relações Exteriores jordaniano, Marwan Moasher, anunciou o apoio de Amã à "Iniciativa de Genebra", e avaliou que esta merece "o apoio dos árabes e da comunidade internacional".

No final de outubro, o ministro das Relações Exteriores egípcio, Ahmed Maher, solicitou uma oportunidade a esta iniciativa, que pode "constituir uma luz no fim do túnel". Nas últimas semanas, Abed Rabbo se esforçou por obter o apoio para esta iniciativa junto aos governos árabes, informou delegado palestino da Liga Árabe, Mohamed Sobeih.

Sobeih afirmou que o ex-ministro palestino enviou mensagens a vários chanceleres árabes, entre eles os do Egito, Jordânia, Omã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen e Barein, pedindo seu "apoio para esta iniciativa que volta a dar esperanças para todas as partes".

Sobeih acha que, se os países árabes apoiarem esta iniciativa, poderá se formar um movimento da opinião pública israelense favorável às negociações. "Acho que há um grande movimento em Israel que acha que Sharon está no caminho errado. Este plano oferecerá à sociedade israelense outra via para a paz", explicou. A iniciativa acontece num momento em que importantes personalidades israelenses, principalmente no âmbito da defesa e da segurança, começam a denunciar a política extremista de Sharon, destacou Sobeih.

Mas também ressaltou que o plano foi discutido num nível bilateral pelos emissários palestinos nos países árabes, e não em uma reunião da Liga Árabe, pois não é oficial.

Hicham Yussef, diretor do gabinete do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, se mostra mais pessimista quanto ao impacto desse plano, apesar de achar que os países árabes o acolhem favoravelmente. Yussef enfatizou que a cada dia os palestinos perdem um pouco mais de sua terra devido à construção de colônias e de um muro de segurança na Cisjordânia por parte de Israel, que igualmente mantém o sítio das cidades palestinas.

"Todo esforço é bem-vindo, mas não deve desviar a atenção da questão principal, que é o fracasso da colocação em andamento do 'Mapa da paz'", afirmou, frisando que a Liga Árabe apóia esse plano de solução apresentado pelo chamado Quarteto da Paz.




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