Pais e alunos da Escola Municipal Sylvio Romero, no bairro Osvaldo Cruz, em São Caetano, foram pegos de surpresa ontem com o anúncio de que a unidade passará a funcionar em período integral. Das 16 escolas da cidade, essa é a terceira que adota a mudança.

As famílias receberam uma carta da Prefeitura anteontem, pedindo para que comparecessem à escola – que atende da 1ª à 4ª séries do ensino fundamental – para tratar de assunto relacionado à educação dos filhos. A correspondência não especificava o teor da reunião.

Ontem. concentrados em um dos pátios da escola, os pais receberam a notícia de que, a partir de fevereiro, os alunos da unidade passarão a estudar em período integral. Grande parte dos presentes estranhou o fato de a decisão ter sido anunciada às vésperas do início do ano letivo. A escola atende a 400 crianças.

De acordo com a diretora de Educação, Magali Aparecida Selva Pinto, a demora do comunicado foi devida ao “planejamento estrutural da mudança”. “Isso era para ter sido dito na época da matrícula, no ano passado, e não agora, quando já compramos os materiais escolares”, diz a analista de sistemas L.A.Z.H., 33 anos, mãe de um aluno que cursará a 2ª série. A Prefeitura afirma que não haverá qualquer mudança com relação à lista de materiais.

Outro pai, que não quis ter a identidade revelada, revela estar preocupado com as atividades que o filho, que foi para a 3ª série, já assume após o horário escolar. “Ele faz natação e eu não gostaria de tirá-lo desse esporte. Mas preciso pensar melhor, pois também considero bom o fato de as crianças permanecerem mais tempo na escola. Elas aprendem e ficam em segurança”, pondera.

O comunicado e demonstração das implicações que a mudança trará na vida dos alunos foram feitos em duas sessões ontem, às 10h e às 14h, pelo prefeito José Auricchio e a pela diretora Magali.

“Os pais que têm de trabalhar e não podem ficar com os filhos não precisarão deixá-los na frente da televisão”, exemplifica Magali. “As crianças acabam tendo melhor rendimento, de acordo com relatos das famílias que têm filhos nas outras escolas integrais da cidade”, completa a diretora.