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Rússia nao convence China a aceitar acordo para Kosovo
Por Do Diário do Grande ABC
11/05/1999 | 09:46
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O emissário russo Viktor Chernomirdin, que viajou a Pequim para tentar apaziguar a China depois do bombardeio pela Otan de sua embaixada em Belgrado, deixou nesta terça-feira o país sem ter convencido seus interlocutores a aceitar um diálogo na ONU sobre uma soluçao política para Kosovo.

``A condiçao prévia (às negociaçoes) é um cessar imediato dos bombardeios da Otan, caso contrário nao há nada para discutir', declarou o porta-voz do ministério chinês das Relaçoes Exteriores Zhu Bangzao, em referência a um projeto de soluçao política concluído na semana passada entre os países ocidentais e a Rússia.

Em outra coletiva de imprensa quase simultânea, organizada depois de uma visita relâmpago a Pequim, Chernomirdin deu a entender, no entanto, que a China fez um pequeno gesto ao aceitar estudar este projeto como uma ``base para futuras negociaçoes'. O emissário russo estimou, da mesma forma, que ``a questao nao é saber se a China aceitou ou nao o projeto'. ``A questao principal é o cessar dos bombardeios (contra a Iugoslávia)', e para a parte chinesa é claro que é preciso cessar os bombardeios antes de se pronunciar sobre as negociaçoes pacíficas', acrescentou.

Os ministros das Relaçoes Exteriores dos sete países industrializados e a Rússia (G8) concluíram, na quinta-feira passada, um acordo sobre um projeto de mobilizaçao em Kosovo de ``presenças internacionais eficazes, civis e de segurança' sob a égide da ONU.

Os ministros deram mandato a seus dirigentes políticos para ``preparar os elementos de uma resoluçao do Conselho de Segurança das Naçoes Unidas' e estabelecer um ``itinerário' sobre as etapas concretas de um plano de paz.

A China, que desde 24 de março reclama ``o cessar imediato' dos ataques aéreos da Otan contra a Iugoslávia, é membro permanente do Conselho de Segurança e dispoe de um direito de veto sobre qualquer projeto de resoluçao.

Mas enquanto a Rússia está defendendo o acordo do G8 nos últimos dias, a China emite desde sexta-feira passada suas dúvidas sobre uma soluçao que nao inclui a Iugoslávia.

Depois do bombardeio de sua embaixada em Belgrado, que deixou um saldo de três mortos e vinte feridos e provocou uma série de manifestaçoes em todo o país, Pequim endureceu sua posiçao ontem, na ONU, advertindo que bloqueará qualquer soluçao política se a Otan nao der fim imediatamente a seus bombardeios.




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