Economia Titulo Mercado de trabalho
Setor automotivo oferece 20% das vagas do Grande ABC

Contratantes são sistemistas que focam em
funções da área comercial, logística e tecnologia

Por Marina Teodoro
Especial para o Diário
16/05/2016 | 07:00
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Imprensa Volkswagem


Mesmo no atual cenário econômico do País, 20% das vagas oferecidas no Grande ABC são destinadas ao setor automotivo. Entretanto, as oportunidades não são designadas ao chão de fábrica: são voltadas a profissionais qualificados – leia-se, com pelo menos uma graduação – e destinadas, principalmente, a sistemistas de pequeno e médio portes. A demanda se dá em busca de soluções para administrar a crise.

Essas informações são referentes ao primeiro trimestre de 2016, de acordo com o levantamento feito pela Robert Half, empresa de recrutamento especializado, com exclusividade para o Diário.

“Apesar das dificuldades encontradas no setor automotivo, há espaço para profissionais de outras áreas que não sejam relacionadas ao chão de fábrica, com especialidade em logística, administração, vendas e tecnologia”, analisa a gerente sênior da Robert Half, Daniela Ribeiro, que atua com processos seletivos de empresas da região.

Outros setores que também estão contratando para essas mesmas vagas são o alimentício e da indústria química, ambos com 11% dos postos de trabalho; e de serviços, com 6% das oportunidades. “Serviços é um setor que se deve ficar atento, pois, mesmo com a situação econômica desfavorável, há um crescimento gradativo. As atividades relacionadas à beleza são as que oferecem mais chances para o mercado”, complementou Daniela. É importante lembrar que os dados divulgados pela recrutadora englobam também a cidade de Santos, por isso, na pesquisa, a área de energia fica em primeiro lugar como a maior ofertante de oportunidades.

PERFIL

Dentre as funções mais demandadas, as da área de vendas ficam com 41% do total. “Tratam-se de áreas comerciais de empresas, que procuram por profissionais experientes e que possam evitar as quedas ainda maiores nas vendas, diante do cenário de crise”, comenta a representante da Robert Half.

Cargos relacionados a finanças também oferecem espaço para os trabalhadores, com 21% das chances da região. Essa tendência é natural em períodos de crise, quando as empresas procuram ajuda para evitar prejuízos maiores. Supply chain, responsável pelo processo logístico de determinado produto ou serviço, fica em terceiro lugar, com 19%. Entre os perfis mais procurados pelo mercado destacam-se os profissionais que saibam realizar tarefas para otimizar as demandas que lhes foram atribuídas.

Isso não significa que para conseguir emprego é preciso atender apenas a uma determinada profissão. “Se o candidato tiver afinidade com a função disponível, ele não só pode, como deve, demonstrar isso nas entrevistas. Formações diferentes também agregam em áreas em que não são tão tradicionais”, orienta Daniela.

Para se ter essa noção do que é mais indicado para o seu perfil, o trabalhador precisa focar em suas habilidades e afinidades para traçar um plano de carreira. Conhecer a empresa e estudar se os valores dela são os mesmos que os do candidato são tarefas básicas para quem está em busca de emprego. “O profissional precisa ser generalista, mas, ao mesmo tempo, focado”, explica Daniela.

Para ela, fazer autoexame de consciência sobre quais seriam os cargos que o trabalhador poderia se encaixar – considerando não só a formação acadêmica como as afinidades e experiências anteriores – é um primeiro passo e, a partir daí, focar nesse objetivo.

Outra dica importante para quem procura recolocação no mercado de trabalho são os empregos temporários. Ainda segundo o estudo feito pela consultoria, cerca de 50% dos trabalhadores acabam sendo efetivados.

Muitas empresas estão adotando essa prática para solucionar problemas que geralmente precisam de resultados específicos com importância significativa. E, justamente por conta do peso do projeto para o qual o profissional foi escolhido, ele acaba sendo efetivado.


Agência Luandre tem 200 oportunidades

Com unidades em todo o Brasil, a recrutadora Luandre tem hoje 1.500 oportunidades disponíveis. Desse total, 200 são destinadas ao Grande ABC.

Entre as vagas, 50% são voltadas a cargos operacionais, como operadores de caixa, de produção, de empilhadeira e estoquistas.

“Atendemos desde quem procura uma primeira oportunidade no mercado de trabalho até profissionais sênior. Dá para suprir a necessidade de várias realidades, desde a que exige qualificações maiores até as que dão espaço para quem não tem experiência. Então, os perfis variam bastante”, afirma a superintendente administrativa da Luandre, Andrea Tenuta.

Vagas administrativas vêm em segundo lugar entre as que mais são procuradas pelos empregadores, com 40% do total. Já os cargos para lideranças estratégicas ficam com os 10% restantes.

Os setores que mais tiveram destaque foram o de serviços, varejista e os que trabalham com óleo de veículos seminovos.

QUEDA

Com a alta do desemprego, no primeiro trimestre deste ano as vagas em aberto na região diminuíram 15% em relação ao mesmo período de 2015.

Apesar da queda, a empresa afirma que ainda há oportunidades. Muitas companhias, por exemplo, estão adiando as contratações, mas não deixam de fazê-las.

“As vagas temporárias, que geralmente costumam surgir com antecedência, acabaram sendo divulgadas em cima da hora. Mas há uma previsão de que no próximo semestre, com uma possível retomada da economia, as empresas voltarão a seguir o calendário normal de contratações”, declara Andrea.

Entretanto, a procura por emprego aumentou. A empresa sentiu que a busca por oportunidades subiu 30% em relação aos primeiros meses do ano passado. 




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