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Em meio à crise, Marinho volta a chefiar Consórcio

Sem pompas, prefeito de S.Bernardo é reconduzido ao comando da entidade em ano de retração

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/01/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), foi reconduzido ontem à presidência do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para o exercício deste ano. O petista vai comandar o colegiado de prefeitos pela terceira vez em ano de previsões negativas para a economia, com investimentos reduzidos. A região espera, sem prazos, por aporte de R$ 31,6 milhões do governo federal para financiar estudo das obras de infraestrutura.

Em novembro, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), desembarcou na região para anunciar a transferência das verbas e conter a euforia dos prefeitos quanto aos repasses da União. O ministro, entretanto, não deu prazos para a chegada dos recursos.

Conforme antecipada pelo Diário, a volta de Marinho ao comando da entidade já estava acordada entre os chefes do Executivo. A eleição ocorreu ontem sem pompas, durante a primeira reunião ordinária do ano. Diferentemente dos pleitos anteriores, Marinho sequer falou com a imprensa após ser reconduzido ao cargo.

O petista e os prefeitos Carlos Grana (PT, Santo André), Paulo Pinheiro (PMDB, São Caetano) e Lauro Michels (PV, Diadema), deixaram o prédio do Consórcio às pressas, pelo subsolo, para evitar protestos contra o aumento da tarifa de ônibus na região. Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá reajustaram as passagens de R$ 3,50 para R$ 3,80 – as demais vão manter os valores praticados.

Presidente do Consórcio no ano passado, o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), foi o único a permanecer no prédio para atender aos jornalistas. O tucano admitiu que os colegas deixaram a reunião para driblar o grupo de manifestantes. “Os prefeitos disseram que tinham outras agendas hoje (ontem), mas o protesto apressou um pouco”, confirmou.

Marinho volta à presidência do Consórcio após hiato de um ano. O petista comandou o colegiado por duas vezes (2013 e 2014). No fim da segunda gestão, Marinho tentou modificar o estatuto da entidade para emplacar o terceiro mandato consecutivo – as regras internas só permitem uma reeleição –, mas fracassou na empreitada e indicou Maranhão ao posto.

O petista é o único entre os sete prefeitos que não disputará a reeleição neste ano. Porém, vê Tarcisio Secoli (PT), secretário de Serviços Urbanos e de Coordenação Governamental e indicado pelo petista à sucessão ao Paço de São Bernardo, patinar na disputa eleitoral – apareceu em terceiro lugar na sondagem de intenções de votos feita em dezembro pelo DGABC Pesquisas. 

Lauro assina repactuação de dívida

Único entre os cinco prefeitos a não assinar a repactuação da dívida com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Lauro Michels (PV), de Diadema, firmou ontem acordo para sanar débito de R$ 4,1 milhões referente ao rateio mensal. O verde combinou de quitar o valor em 60 parcelas, diferentemente dos outros municípios, que acertaram zerar a quantia em 36 vezes.

Em novembro, o Diário revelou dívida dos municípios com a instituição na ordem de R$ 14 milhões em 2015. Somente São Bernardo e São Caetano estavam adimplentes. Cada município paga de acordo com a receita corrente realizada dois anos antes. Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra concordaram em quitar dívida em pagamento de 36 vezes a partir do dia 25. 

Diadema revelou problemas para quitação e, por isso, foi negociado pagamento, conforme sua necessidade”, afirmou o secretário-executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani.

Secretário de Finanças de Lauro, Francisco José Rocha (PSDB) reforçou problemas financeiros. “Se pudesse faria o acordo em 120 vezes. Não tem como trabalhar com tanta perda de arrecadação”. JC/LB




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