O projeto Nova Vera Cruz terminou. O governador Geraldo Alckmin não pretende dar continuidade ao convênio firmado em 1998 entre São Bernardo, Estado e a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) para reconstruir os estúdios da Cia. Vera Cruz. Ele confirmou sua posição semanas atrás ao ex-prefeito de São Bernardo, Maurício Soares. “Alckmin disse que não compensa, fica muito caro, que o governo dele tem outras prioridades. Então o convênio está para ser desfeito”, afirmou Soares na quarta-feira passada, durante a coletiva em que anunciou sua renúncia. A assessoria de imprensa do governo não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

“Nesses seis anos, apesar dos nossos esforços, não foi reservada verba no orçamento do Estado para as obras. O governador Mário Covas, quando vivo, começou o centro cultural”, disse o ex-prefeito. As obras pararam na fase de acabamento, em outubro de 2001.

Agora, a Prefeitura aguarda a devolução da área onde estão os estúdios, cedida – conforme previsto no convênio – para uso do Estado. “O município retoma o imóvel e vai dar a ele uma destinação que ainda não sei qual será”, afirmou Soares. A principal proposta é a cessão da área a produtores de cinema e TV de Hollywood.

Assinado em agosto de 1998, o convênio entre Prefeitura, Estado e Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) revitalizaria a Cia. Vera Cruz como um centro de produção audiovisual.

A reforma dos três estúdios está avaliada em R$ 20 milhões. No menor deles, funcionaria, sob administração da Prefeitura, um centro cultural. Fundação e Secretaria de Estado da Cultura captariam recursos para o projeto junto à iniciativa privada pelas leis de incentivo à cultura. Apenas a Volkswagen colaborou, com R$ 500 mil, em 1998. A Secretaria destinou R$ 5 milhões de seu orçamento para as obras do centro cultural. As intervenções nos estúdios maiores nem foram iniciadas.

Colaborou Regiane Soares