Foram firmados dez acordos em diferentes áreas. Os documentos, assinados por ministros dos dois países, incluem um memorando de entendimento para explorar iniciativas nas áreas de infra-estrutura, transporte e energia.

Também foi assinado um acordo para flexibilização na concessão de vistos de negócios, a fim de facilitar a entrada de empresários nos dois países. E ainda um tratado de cooperação judiciária em matéria penal, um acordo de cooperação esportiva e um memorando de entendimento na área de segurança de produtos alimentares.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao assinaram comunicado conjunto que estabelece o fortalecimento da confiança política mútua como um dos princípios a orientar as relações entre os dois países. Eles também expressaram a necessidade de mudanças na ONU (Organização das Nações Unidas), para que os países em desenvolvimento assumam papel de maior destaque na instituição.

"Brasil e China estão desenvolvendo uma parcela estratégica, diria mesmo exemplar, entre países em desenvolvimento", avaliou Lula. "Nos últimos anos, o comércio bilateral tem apresentado excepcional crescimento, passando de US$ 1,5 bilhão, em 2000, para US$ 8 bilhões em 2003. Este é um dado que fala por si só".

O brasileiro ressaltou ainda que os dois países "têm muito em comum". "Compartilhamos o mesmo objetivo de integrar nossas economias, de forma competitiva, ao mercado globalizado do século 21. Mas procuramos vencer esse desafio sem deixar de lado nossas obrigações com o desenvolvimento econômico e social de nossos respectivos países".

Aliança- Em entrevista ao jornal China Daily, Lula defendeu uma aliança mais forte com a China para que os dois países consigam defender melhor os interesses das nações em desenvolvimento. O presidente qualificou o Brasil como "o maior país ocidental em vias de desenvolvimento" e a China como "o maior país oriental em vias de desenvolvimento".

"O Brasil e a China compartilham a visão de uma ordem internacional mais justa e mais eqüitativa, com base na multipolaridade e no respeito da lei internacional", declarou o presidente. "Esta convergência de pontos de vista torna possível uma melhor coordenação com os outros países em desenvolvimento, para que nossos interesses sejam melhor considerados nas discussões das grandes questões internacionais".