O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), deu início oficial ontem ao PAD (Processo Administrativo Disciplinar) para apurar suspeitas de irregularidades em ligações de água quando o deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB) estava à frente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). O grupo, formado por dez servidores, tem três meses para formular relatório sobre o episódio.

A comissão processante é formada por José Manuel de Lira (ex-ouvidor da gestão petista de Oswaldo Dias), Flávia Silva Marques e Adriano Paciente Gonçalves, representando a Secretaria de Assuntos Jurídicos; Sidnei Cláudio de Oliveira na indicação da Pasta de Planejamento Urbano; Marcos dos Santos Panini e Neusa Alves de Oliveira (suplente), da Habitação; Jucinéle Cesco Lima Souza e Renata Barbosa de Morgado (suplente), de Meio Ambiente; e Selma Scarambone, da Secretaria de Relações Institucionais.

A PAD envolve parte burocrática do Paço para enquadrar os envolvidos no polêmico episódio. Sindicância aberta pelo prefeito já apontou por culpa de personagens das ligações de água na Viela Kossap, no Jardim Itapeva.

Em março de 2014, o Diário mostrou que moradores da Viela Kossap relataram terem participado de reunião com Atila em que o comunista prometeu fornecimento de água gratuito se eles depositassem o voto à sua tentativa de eleição para a Assembleia Legislativa em outubro. O local é fruto de ocupação e não dispõe de preceitos legais para ligação de água. Atila foi eleito deputado estadual.

As ligações de água na Viela Kossap foram alvo de investigação na Sama, comandada por Israel Aleixo, antigo aliado de Atila. Nenhuma irregularidade foi apontada à ocasião. Em maio, semanas depois do rompimento político com o comunista, Donisete determinou a reabertura da sindicância, desta vez a cargo de funcionários da Prefeitura – muitos de sua extrema confiança.

Donisete decidiu exonerar Atila e seus aliados da Sama depois de o comunista adiar anúncio de apoio à candidatura à reeleição do PT ao Paço de Mauá. Atila costura ser postulante à Prefeitura em 2016, contra Donisete Braga.

Atila não quis se pronunciar sobre o PAD.