A mostra é uma iniciativa da Abapc (Associação Brasileira dos Artistas Plásticos de Colagem), sediada em Mauá. Participam da exposição 19 artistas. Dentre eles estão dois de Mauá (Deni Saez e Robert Richard, que também assinam a curadoria) e um de Paranapiacaba (Tony Gonzagto).

Acopladas aos trabalhos em colagem estão três mostras. Uma revela capas de discos de Carmen e outra, réplicas de figurinos usados pela Pequena Notável, feitas por alunos do Senai. Há, ainda, a exposição de selos temáticos da série Mulheres. “Temos uma parceria com os Correios”, diz Richard.

“A mostra começou em 2000, no Centro Cultural da Caixa, em São Paulo, e desde então tem viajado por outras galerias. Não imaginávamos a força que tem esse tema. À medida que muda o espaço, a exposição incorpora outras coisas e ganha novos artistas”, afirma Richard.

Apresentar ao público Carmen Miranda é a idéia da mostra. Para o artista e curador, a cantora pode estar fadada ao esquecimento. “A memória da cultura é perecível. Os prédios históricos caem no abandono, ninguém preserva. A memória dos grandes artistas também é assim. E Carmen é muito importante, divulgou a música brasileira”, diz.

Richard se sente incomodado com o tratamento que a questão da memória recebe dos veículos de comunicação. “A velocidade da informação é grande, e a mídia não dá espaço. O banal, como as egüinhas pocotós, toma conta. Se não mantemos os artistas vivos, a memória deles se apaga”, afirma.

Materiais diferenciados, como alumínio, areia, papel e terra são a fonte de trabalho dos artistas plásticos de colagem. No caso de Carmen Miranda – Prá Você Gostar de Mim, cada artista se inspirou em uma música gravada pela homenageada. “A maior dificuldade da curadoria foi obter patrocínio ou apoio cultural”, diz Richard.