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Cris Vianna sabe mexer com a imaginação dos homens
Gabriela Germano
Da TV Press
26/01/2008 | 07:08
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O uniforme de empregada é fetiche extra. Cris Vianna, a Sabrina de Duas Caras, não precisa de nada para mexer com a imaginação dos homens.

Como do filho do patrão, Barretinho (Dudu Azevedo). Com postura altiva, a atriz fez o papel crescer na trama e tem chamado a atenção nas ruas. “É impressionante como esse trabalho me traz reconhecimento. A relação da Sabrina com o Barretinho caiu tanto no gosto do público que nossa história até mudou”, conta a atriz.

O rapaz teria namorada e apenas uma atração pela doméstica. Sabrina, por sua vez, não cederia ao assédio. O entrosamento entre os dois foi tão grande que o autor mudou a história. Começa a existir sentimento, que dá em casamento. “É por isso que surgiu um noivo. Para que o Barretinho tomasse uma decisão. Isso mexe com as estruturas daquela família rica”, explica Cris.

As cenas do casal são engraçadas, mas abordam um assunto sério: o preconceito. Racial e social. Sabrina sabe que seus patrões são racistas mas não se abala. “Ela é bem-resolvida e trabalha de cabeça erguida, não fica só olhando para o chão”, enfatiza. Cris, na realidade, tem consciência de que o mercado para os atores negros melhorou, mas não suficientemente. “Os papéis ainda são bem restritos e os negros sempre aparecem em situação inferior”, defende. Nem por isso, a atriz sentiu-se desprestigiada quando soube que interpretaria uma doméstica. “Não vi problema nesse caso porque a trama da personagem é boa. Para uma atriz, é isso que importa”, resume.

Até o momento, todas as figuras que essa atriz negra interpretou na TV inevitavelmente discutiram a questão do preconceito. A estréia foi em América (2005), quando fez uma dançarina que vivia nos Estados Unidos e era confundida com prostituta. Em seguida, veio a escrava Maria das Dores de Sinhá Moça e, na seqüência, a professora Gilda, de O Profeta. “Na verdade, eu também faria uma empregada mais velha nessa novela. Mas fiquei estranha com óculos e peruca, aí me deram a professora”, conta Cris, ao emendar que na década de 1950, época em que se passava o folhetim, um professor negro era alvo de muito preconceito.

Antes da TV se dar conta do talento e da beleza da atriz, o mundo da moda já tinha aberto espaço. Desde pequena, ela que hoje tem 30 anos, trabalhou como modelo. Tudo começou quando foi convidada para participar de um concurso para a escolha da Garota Verão, em São Paulo, sua cidade natal. “Ganhei e as mulheres armaram a maior confusão com a minha mãe no banheiro porque eu era negra”, recorda.

A partir daí, veio um concurso atrás do outro e ela foi ganhando todos. “Mas não lembro de detalhes porque era criança”, diz.

O que Cris não esquece é que, desde essa época do trabalho de modelo, as coisas não foram fáceis. Saber equilibrar as emoções em um meio competitivo e preconceituoso é complicado.

ESTUDIOSA

Cris Vianna não gosta de se meter em áreas que não conhece bem. E foi por isso que buscou cursos de interpretação quando ainda era modelo.

Era chamada para fazer comerciais de TV e achava que não sabia falar direito. “Investir na atuação me ajudaria nesses trabalhos. Sempre achei a profissão de atriz linda, mas era algo distante para mim”, afirma Cris. O plano deu mais do que certo. Ela estrelou comerciais da Colgate, Nestlé, fez por dez anos campanhas da loja de departamentos C&A e encarou um teste para a Oficina de Atores da Globo. Passou e mudou-se para o Rio.




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