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Sonhar é necessário

Cantora e compositora, Patativa lança
seu disco de estreia aos 77 anos de idade

Vinícius Castelli
03/01/2015 | 07:00
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Divulgação


 Maria do Socorro Silva, a Patativa, é a prova viva de que sempre há tempo para realizar o que se deseja. E mais do que isso: que os sonhos são, sim, alcançáveis. Patativa, lá de São Luís do Maranhão, é uma senhora simples, de fala tranquila, risonha e talentosa. Sua vida sempre foi envolvida com música. Ela começou a compor ainda jovem, mas só agora, aos 77 anos, é que conseguiu lançar um disco.

Munida de um chapéu branco, folha de arruda na orelha e muita boa vontade, ela coloca nas prateleiras Ninguém é Melhor do Que Eu (Saravá Discos, R$ 24,90 em média), que chega em grande estilo e repleto de sambas vibrantes. Possui, no total, 13 composições, nenhuma delas releitura. Com Patativa tudo é autoral. “Comecei a compor ainda menina, cantava com minhas colegas. Sou louca por música, seja xote, reggae, baião, samba, tudo, principalmente o bumba meu boi”, contou a simpática artista, em entrevista exclusiva ao Diário.

A senhorinha, que escreveu mais de 100 músicas, já havia tentado gravar um disco, cujo projeto acabou empacando. Foi com a ajuda de outro maranhense, nada menos do que Zeca Baleiro – ele assina a direção artística do CD – , que conseguiu realizar o feito. Patativa conta que o artista foi fazer um show na cidade, a convidou para participar, soube da história que o disco não havia ficado pronto e resolveu agir. “O álbum estava parado há dois anos. Já tinha muito tempo que queria gravá-lo e, enfim, surgiu a oportunidade agora. O Zeca me ajudou demais”, revela Patativa, que faz questão de sempre agradecê-lo.

Violão de sete cordas, viola, cavaquinho, saxofone, banjo, flauta e percussão, entre outros instrumentos, fazem toda a roupagem das canções. Um dos destaques fica por conta de Quem Diria, que ganha rica harmonia de clarinete e parceria de Zeca Baleiro. Patativa também canta sobre a vida em São Luís, como em Babado na Favela. Ela remonta aos tempos das raízes do samba quanto interpreta a letra de Colher de Chá, tema que fala de amor e que conta com belo arranjo de coro.

Além de Zeca Baleiro, o disco tem ainda participações especiais de outros artistas do cancioneiro brasileiro. Na faixa que dá nome ao trabalho e que fala do universo do samba, Patativa divide os versos com Zeca Pagodinho. A cantora Simone também dá o ar da graça e solta a voz em Saudades do Meu Bem-querer. “Fiquei felicíssima da vida de ter esses artistas no meu disco. Foi o Zeca (Baleiro) quem cuidou de tudo para mim.”

A parte de Patativa foi gravada no estúdio em uma tarde apenas. “Tirei tudo de letra. O cara do estúdio falou que, para quem tem 77 anos, estou bem. Ele disse que tem gente bem mais nova que fica uma semana tentando gravar. Haja fôlego,” A cantora afirma que se sente ótima e que está nas nuvens por causa do sonho realizado. “Gravar um disco era o meu maior desejo”, diz Patativa, que pretende ainda cantar ao lado dos artistas que participaram de seu disco, rodar o País fazendo shows e, claro, gravar um próximo disco. E quem duvida?




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