No grupo dos maiores países emergentes do mundo, o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil liderou o aumento das reservas internacionais nos últimos 12 meses. O montante brasileiro cresceu 24% entre junho de 2009 e maio. O ritmo superou até o desempenho da China, cujo volume avançou 21,6% nos 12 meses encerrados até março - dado mais recente.

As reservas nacionais têm crescido em ritmo mais acelerado porque o Banco Central reforçou a estratégia de comprar a moeda norte-americana no mercado à vista diante da entrada de dezenas de bilhões de dólares atraídos nos últimos meses pela retomada do crescimento no País.

A liderança do Brasil pode ser vista nos dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Mundial. Os números mostram que brasileiros e chineses conseguiram, em relação aos demais emergentes, retomar mais rapidamente o plano de acumulação de reservas após o pior momento da crise de 2008. Enquanto os dois países elevaram as reservas em mais de 20%, a Rússia teve expansão de 10,4% nos 12 meses até maio. E a Índia ficou na lanterninha, com retração de 5%.

COMPRAS ACELERADAS
O responsável pelo desempenho brasileiro é o BC. Nos últimos 12 meses, a instituição comprou US$ 36,8 bilhões no mercado à vista. A atuação foi suficiente para absorver todos os US$ 34,5 bilhões que ingressaram no País via fluxo cambial nesse período. A instituição também comprou dólares que estavam no mercado. Por isso, houve mudança de posição dos bancos, que deixaram de estar "comprados" e passaram a ficar "vendidos" na moeda norte-americana. No jargão dos analistas, estar "comprado" mostra que a instituição tem dólares no caixa e sinaliza crença de que as cotações do dólar podem subir. Ao contrário, mostra que o banco não tem a moeda e pode representar a expectativa de queda da divisa estrangeira.