Começa hoje a segunda etapa da vacinação nacional contra o vírus influenza A (H1N1), causador da gripe suína. A Secretaria Estadual da Saúde estima que 229 mil pessoas serão vacinadas contra a nova gripe no Grande ABC durante a fase, que vai ser voltada para gestantes, crianças com idades entre 6 meses e menores de 2 anos, além de pacientes portadores de doenças crônicas menores de 60 anos (veja etapas no gráfico). As gestantes deverão ser vacinadas até 21 de maio e as crianças, de 6 meses a 1 ano e 11 meses, e portadores de doenças crônicas até 2 de abril.

Na primeira fase da campanha, voltada para profissionais da área da Saúde e indígenas, a secretaria estima que vacinou cerca de 60% dos profissionais da Saúde da região. Segundo a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato, o número também vale para todo o Estado. "Ainda não é um balanço oficial. Ainda faltam dados a serem computados, mas considero um bom resultado", declarou Sato.

Até terça-feira, o número de trabalhadores imunizados na região era de 16 mil, o que correspondia a 45,8% do total de pessoas que atuam na área.

Segundo balanço divulgado na semana passada, São Bernardo foi a cidade que mais vacinou. A Secretaria da Saúde do município informou que foram vacinados 7.570 profissionais das redes pública e privada nas unidades de urgência e emergência que têm primeiro contato com pacientes suspeitos de terem contraído a gripe A H1N1. Na segunda etapa, a estimativa da Vigilância Epidemiológica é vacinar 71 mil pessoas.

Santo André ficou em segundo lugar, com 3.424 doses, o equivalente a 42,8% do total dos 8.000 trabalhadores da Saúde.

Já São Caetano imunizou 3.519 profissionais até as 14h da sexta-feira, último dia da primeira etapa. Em Diadema, segundo balanço divulgado no dia 17, haviam sido vacinados 2.238 trabalhadores da área da Saúde no município. A expectativa é vacinar aproximadamente 190 mil pessoas, somando todos os grupos de todas as etapas.

Durante toda a campanha, haverá 3.800 pontos de vacinação em todo o Estado, localizados nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), que funcionarão de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

É recomendável levar a caderneta de vacinação, caso tenha. A campanha nacional é do Ministério da Saúde e segue orientações da Organização Mundial da Saúde. A única contraindicação é para quem tem alergia a ovo de galinha.

Segundo o ministério, em 2009 houve 42.989 casos graves da gripe suína e 2.051 mortes no País. Em 2010, foram 121 casos graves e seis mortes.

Mais informações e esclarecimentos sobre a vacinação podem ser obtidas no Disque Saúde: 0800-61 1997 (gratuito) e na internet pelo site www.vacinacaoinfluenza.com.br

Especialista defende vacinação regional
A campanha de vacinação contra a gripe suína (provocada pelo vírus influenza A H1N1) deveria também ser regionalizada. Essa é a opinião de especialista da área. "Deveria haver regionalização da vacinação. Houve Estados onde a doença se manifestou de forma mais grave como Rio Grande do Sul e Paraná. O País e as variações climáticas em suas diversas regiões são muito grandes", declarou Nancy Bellei, professora e coordenadora do setor de Viroses Respiratórias da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Além da regionalização, Bellei também é a favor da vacinação de crianças em idade escolar, como afirmou recentemente o representante da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), o brasileiro Jarbas Barbosa, durante o 46º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, realizado na semana passada, em Foz do Iguaçu. "Acho temeroso não vaciná-las já que elas são os maiores disseminadores da gripe por serem mais vulneráveis", concluiu Bellei, que também integra o Comitê de Influenza da Sociedade Brasileira de Infectologia. O Ministério da Saúde afirmou que criou uma estratégia, seguindo recomendações das sociedades médicas e científicas internacionais. (Com AE)