Moradores de Paranapiacaba participaram na última sexta-feira, às 14h, da pré-estréia do documentário Pau da Missa. A idéia para o média-metragem surgiu de uma reportagem publicada no Diário, no ano passado, sobre a poda da centenária árvore que dá nome à produção de 44 minutos.

"Li a matéria e pensei que daria uma belo documentário. Meia hora depois minha mulher (a produtora do filme, Simone Alessandra) apareceu com o jornal na mão dizendo a mesma coisa", conta.

No dia seguinte o casal que mora em Santo André já estava na Vila Ferroviária colhendo as primeiras imagens. Foram gravados depoimentos com 15 moradores.

"De acordo com as entrevistas fomos coletando imagens que dialogassem", diz. O roteiro foi concebido em cima dessas informações o que acaba por resultar na construção da narrativa semelhante à ficcional vista no cinema.

Mas tudo que se verá no filme, ainda sem previsão de estréia em Santo André, pertence realmente do imaginário coletivo surgido em torno da árvore.

No tempo em que não havia telefone para todos, ela servia de mural de recados para os moradores. E várias lendas surgiram, como a de que bater no tronco à meia-noite invoca espíritos.

Após duas podas, a árvores já começa a brotar. Ainda está viva, como a memória da Vila. "Ela é um símbolo, contar sua história é contar a história da comunidade", diz Moletta.