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Hugo Chávez: o grande derrotado nas eleições peruanas
Por Da AFP
05/06/2006 | 18:07
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Além das fronteiras, o grande derrotado no segundo turno das eleições peruanas foi o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que havia atacado duramente o vencedor Alan García e apostado todas as fichas no nacionalista Ollanta Humala.

"Acredito que Chávez seja o grande derrotado, e agora começa a contenção da ofensiva venezuelana contra a sub-região andina e o restante da América do Sul", aposta o internacionalista Alejandro Déustua.

Opinião semelhante tem Farid Kahatt, professor de política internacional na Universidade Católica, segundo quem a teoria do dominó de Chávez (cai um, caem todos) teve uma derrota, "porque uma peça (Peru) resistiu a cair".

Um dia após a vitória do social-democrata García sobre o nacionalista Humala, o chanceler peruano, Oscar Maúrtua, denunciou nesta segunda-feira, na Assembléia Geral da OEA, as "manifestações inadmissíveis de intromissão" do presidente venezuelano no processo peruano. "Sua permanente atitude intervencionista com o propósito de influir na decisão do povo peruano constitui um fato repudiável", criticou.

Para Alejandro Déustua, Chávez deve entender que o veredito das urnas representa um chamado para que ele pare de hostilizar o Peru e deixe de promover os termos de seu governo sobre o restante da região, principalmente sobre certos países andinos.

O especialista observa, no entanto, que se a estratégia venezuelana pode ser contida, "não será, necessariamente, derrotada, porque o governante da Venezuela continuará insistindo em suas pretensões, por outras vias".

Kahatt diz não acreditar que o presidente venezuelano busque uma hegemonia sul-americana, e sim que ele busca aliados na área andina, entre os países que possuem as maiores reservas de petróleo e gás para exportação. "Nesse sentido, ele tinha esperança no Equador e Peru, mas o ciclo de eleições em que ele esperava resultados favoráveis se rompe com o resultado peruano", assinala.

Para Kahatt, adotar uma posição hegemônica na América do Sul está longe das possibilidades da Venezuela de Chávez. "Sua economia é um sétimo da brasileira, e é difícil pensar que seu governante possa ter uma estratégia de hegemonia que envolva o Cone Sul".

O professor diz não acreditar que o presidente venezuelano irá romper as relações com o governo, e sim que optará por manter o status quo, que se encontra em nível de encarregados de negócios em ambos os países.



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