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Varig: mercado não descarta possível falência
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12/07/2006 | 00:01
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O investidor que arrematar a Varig poderá herdar dívidas fiscais e trabalhistas. Essa hipótese está prevista na reestruturação da empresa, caso a chamada Varig antiga quebre por má gestão de recursos. De acordo com fontes de mercado, se a proposta da VarigLog, para comprar sua ex-controladora for vetada em assembléia de credores a ser realizada na próxima segunda-feira, já há indicação do administrador judicial da companhia, a consultoria Deloitte, de que o caminho será a falência. “Dentro do possível, essa foi uma solução razoável”, aponta uma dessas fontes, referindo-se à proposta de cerca de US$ 500 milhões da ex-subsidiária de logística e transporte de cargas.

Dentro dessa oferta, a Varig antiga vai ficar com 5% das ações da empresa resultante da reestruturação e terá algumas receitas para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará.

Credores da Varig desconhecem as modificações da proposta da VarigLog para comprar a ex-controladora e que foram entregues segunda-feira à Justiça do Rio. Alguns relatam que ainda não foram comunicados sobre as mudanças e que vão procurar informações sobre a oferta para saber como receberão seus créditos.

Proposta – Representantes dos trabalhadores têm reunião com advogados da VarigLog hoje para conhecer os detalhes. O fundo de pensão Aerus, maior credor privado da Varig, também deve conhecer os detalhes da proposta somente hoje. A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, tinha reunião no fim da tarde de terça-feira para tomar conhecimento das modificações. Representantes de arrendadores de aviões, no entanto, ainda não tinham tido acesso às modificações. “Não me surpreenderia se credores privados e estatais optarem pela abstenção na assembléia”, diz um representante de um grupo de credores.

A Varig tem cerca de 15 mil credores, dos quais 12,8 mil são trabalhadores. Ao todo, são R$ 4,6 bilhões em débitos, sendo R$ 215 milhões para os funcionários (classe 1); R$ 2,05 bilhões para os que têm garantia real (classe 2) e R$ 2,3 bilhões para os sem garantia real (classe 3). Só o fundo de pensão Aerus responde por 80% dos créditos da classe 2.

A assembléia de credores da Varig, marcada para segunda-feira, tem duas convocações. A primeira, às 9 horas, terá de obedecer o quórum mínimo legal: 50% mais R$ 1 do valor total de créditos de cada classe de credor. Caso contrário, outra convocação, às 11 horas, permite a realização da reunião com qualquer número de credores.

A Deloitte informa que a proposta da VarigLog, para ser aprovada, precisa de 50% mais um voto do total de trabalhadores presentes. Nas classes 2 e 3, são necessários 50% mais R$ 1 do valor dos créditos de cada classe e 50% mais um voto do total de votantes presentes.



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