Seis caminhões saíram ontem da cidade paquistanesa de Peshawar (Norte) e entraram no Afeganistão pela fronteira de Torjam, com 200 toneladas de trigo, declarou Jaled Mansur, porta-voz do Programa Alimentício Mundial (PAM).

"Os caminhões chegaram a Cabul e estamos distribuindo alimentos para nossos depósitos lá", informou. "Não tivemos problemas durante a viagem e vamos, provavelmente em breve, enviar outros comboios".

Um segundo comboio carregado de alimentos saiu ontem rumo a Herat (Noroeste) depois de entrar no Afeganistão pela fronteira de Shaman, próxima à cidade paquistanesa de Queta (Noroeste). "Eles devem chegar a Herat nos próximos dias", disse Mansur.

A ONU acompanhou atentamente o trabalho dos comboios, que serviram de teste, com medo e preocupação de que os alimentos não chegassem aos necessitados. "A chegada a Cabul é um sinal positivo. Mas teremos que continuar vigiando atentamente a situação na região para que, pelo menos na maioria das vezes, esses alimentos não caiam em mãos erradas", disse Mansur.

Depois dos atentados em Nova York e Washington, a ajuda alimentícia ao Afeganistão foi interrompida e os estrangeiros que trabalhavam em organizações humanitárias tiveram que abandonar o país.

Os Estados Unidos exigiram dos talibãs, no poder em Kabul, a entrega de Osama Bin Laden, que vive no Afeganistão há cinco anos.

Depois do fechamento das fronteiras e da interdição da entrada da ajuda, a ONU lançou um pedido rápido de uma intervenção humanitária para socorrer os sete milhões de afegãos que precisavam de ajuda urgente, depois de vinte anos de guerra e três anos de seca.

O secretário geral da ONU, Kofi Annan, pediu aos países doadores US$ 584 milhões para evitar um desastre humanitário no Afeganistão.