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Você sabe o que é desenho universal?

Vamos primeiramente a uma definição técnica...

Por Carlos Ferrari
17/04/2013 | 00:00
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Vamos primeiramente a uma definição técnica, publicizada no glossário da Câmara dos Deputados no site http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/acessibilidade/glossario.html. O desenho universal trata-se da concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O desenho universal não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias. 

Parece ser fácil, não é? Fica então a pergunta: porque um conceito de tão simples compreensão, assegurado em lei e viável à medida em que se tenha compromisso coletivo, ainda é tão pouco difundido.

Vamos destrinchar o conceito e buscar visualizá-lo em nosso dia a dia. Pensem, por exemplo, em um ambiente concebido sob a lógica do desenho universal. O que se propõe é que este espaço possa ser frequentado e utilizado pelo maior número de pessoas possível. Notem que a ideia supera a questão da deficiência. Podemos lembrar de idosos, gestantes, analfabetos e tantos outros públicos com dificuldades de locomoção, comunicação e compreensão.

O grande elemento inovador do conceito é a proposta de rompermos com a lógica de criar coisas específicas para públicos com determinadas vulnerabilidades, exceto obviamente como vimos já anteriormente, na definição conceitual, em casos de exceção.

Para, de fato, compreendermos o que é desenho universal, faz-se necessário olhar para nossa realidade, os produtos que vendemos, a forma que trabalhamos e que por muitas vezes pensamos nossos negócios. Para tanto, além de muito bom-senso, e um exercício constante de buscar se visualizar no lugar do outro, também é importante conhecer sobre o assunto. Nesta semana, de 18 a 21 de abril, no Pavilhão de Convenções Imigrantes, será realizada a Reatech, a segunda maior feira do mundo em se tratando de soluções de acessibilidade e ajudas técnicas.

Para aqueles que estão pensando: ‘Mas o que eu iria fazer lá? Não tenho ninguém com deficiência na família nem amigo, enfim e graças a Deus nem eu', a resposta é simples. A feira, assim como boa parte do que lá está sendo exposto, é para todos, ou seja, a existência de um espaço como aquele, além de aglomerar um número enorme de saberes e fazeres, também se justifica e deve ser celebrada por ser a materialização em grande estilo da lógica do desenho universal.

Ir à Reatech não deve ser considerada uma ação de caridade, ou visita a um espaço exótico, cheio de pessoas com dificuldades. Ir à Reatech pode ser um grande passeio, um ressignificado de sua agenda, pautando para si e sua família novas possibilidades do que ver e do que se discutir.

Espero estarmos todos lá. Bom passeio! 




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