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Sto.André terá diálise e transplante
Por Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
09/06/2002 | 19:59
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O Hospital Estadual Santo André se prepara para iniciar os serviços de diálise (hemodiálise e peritoneal) e de transplante de rim, que deverão estar disponíveis até o fim do ano. O hospital, que é administrado pela Fundação do ABC, poderá atender 100 pacientes para diálise, tratamento que começa a funcionar primeiro.

A diálise é um tratamento destinado a manter as funções renais do paciente até que o transplante seja feito. Atualmente, 800 pessoas fazem diálise na rede pública de saúde na região e são receptoras em potencial. O Hospital Anchieta, em São Bernardo, também administrado pela Fundação, oferece o serviço a 110 pacientes e já realizou sete transplantes.

O transplante é indicado para pacientes que estejam com insuficiência renal que comprometa mais de 90% da função do órgão. Geralmente, o problema é relacionado com diabetes, hipertensão arterial e nefrites.

Os transplantes serão feitos, em um primeiro momento, entre pessoas vivas, de pais para filhos ou entre irmãos. O doador precisa ser do mesmo grupo sangüíneo do receptor, e se submeter a uma série de exames, que indicam se há compatibilidade imunológica entre os dois, e se o doador poderá ter uma vida normal com apenas um rim.

A Fundação do ABC pretende ampliar os transplantes também para os casos em que haja o chamado doador cadáver. "Nosso objetivo é criar um centro de referência em transplantes de rim. Para isso, iniciaremos a captação de órgãos provenientes de doadores já falecidos", disse o professor titular de Nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC, Ronaldo Roberto Bérgamo.

A captação de órgãos só pode ser feita quando ocorre a morte encefálica e a família concorda com a doação. "Hoje, é preciso deslocar uma equipe de São Paulo para a remoção do rim. Se a faculdade começar a fazer a captação, o processo deve ser agilizado", disse Bérgamo.

As pessoas que aguardam pela cirurgia estão inscritas em uma Central Única de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde. "O processo continua o mesmo. Os pacientes da região, contudo, poderão fazer a cirurgia no Anchieta ou no Hospital Estadual Santo André, sem precisar se locomover até São Paulo", disse Bérgamo.

Sem filas – O tempo de espera por um rim é variável, pois depende do surgimento de um doador compatível, do estado geral da pessoa e do tempo que levará para o paciente se deslocar até o local da cirurgia. No caso de um doador vivo, o Hospital Anchieta não apresenta filas de espera.

Com a ampliação do serviço para o Hospital Estadual Santo André, o conforto para os moradores da região deve ser ainda maior. "Muitas vezes, a pessoa já tem um doador, mas demora para fazer a cirurgia porque desconhece a possibilidade de fazer o transplante na região", disse Bérgamo.

A cirurgia demora cerca de três horas, e o doador fica internado apenas três dias. "Depois, a pessoa volta a levar uma vida normal. O mesmo ocorre com o receptor, que se liberta do sofrimento de fazer a diálise", disse o especialista. O índice de rejeição ao órgão transplantado, que pode ser revertida por medicamentos, é de 15%.




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