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ACM e Arruda devem manter suas versões na acareação
Do Diário OnLine
Com Agências
03/05/2001 | 12:28
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Os senadores José Roberto Arruda (sem partido) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) enfrentam nesta quinta-feira uma acareação com a ex-diretora do Serviço de Processamento de Dados do Senado (Prodasen) Regina Borges, dispostos a manter as versões e a estratégia de não renunciar aos mandatos neste momento. Pela primeira vez um ex-presidente da Casa (ACM) e um ex-líder do governo (Arruda) terão um confronto com uma funcionária para esclarecer uma questão relevante.

Os parlamentares passaram toda a manhã reunidos com seus advogados e se negaram a dar declarações à imprensa. A ex-diretora do Prodasen também não foi encontrada. Ela passou os últimos dias viajando com seu marido, em casa de amigos.

Um forte esquema de segurança foi montado no Senado. Os corredores que dão acesso à sala onde será realizada a acareação está fechado e apenas pessoas credenciadas podem passar por ali. Para que a imprensa possa acompanhar a acareação da melhor maneira, foram montados telões nas proximidades da sala.

A sessão será aberta às 14h30 pelo presidente do Conselho de Ética, Ramez Tebet (PMDB-MS), na sala da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Além de Tebet estarão na mesa principal o senador Roberto Saturnino (PDT-RJ), relator do caso, e o corregedor geral da Casa, senador Romeu Tuma (PFL-SP). Apesar de serem alvo de uma grave acusação – a violação do sistema eletrônico de votação do Senado –, eles ainda acreditam que conseguirão reverter a tendência de cassação dos mandatos por quebra de decoro parlamentar com os depoimentos marcados para hoje no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. Por isso, a renúncia, que seria uma saída para evitar o processo de cassação e a conseqüente perda dos direitos políticos por oito anos, não seria necessária.

A interlocutores, Arruda confidenciou que não cogita a possibilidade de renunciar agora, uma vez que ainda há muito caminho pela frente. Além disso, na avaliação de alguns senadores, se Arruda deixar o Senado antes do início do processo ele estaria assumindo toda culpa no episódio da violação e deixando ACM numa situação mais confortável.

“Eu até pensei que Arruda pudesse renunciar, mas vejo que esta possibilidade não existe’’, disse o líder do Bloco Oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE). “Quanto a ACM, eu nunca trabalhei com essa hipótese porque não faz parte de seu DNA”, afirmou.

Para evitar a perda dos direitos políticos, os dois parlamentares teriam de abrir mão dos mandatos antes da formalização do processo de cassação –, antes da apresentação, por partidos políticos, de uma representação por quebra de decoro ou da aprovação de uma ação semelhante pela Mesa Diretora do Senado.

O ex-líder do governo no Senado passou a quarta-feira em reunião com os advogados Carlos Caputo e Cláudio Fruet na casa de um amigo no Lago Sul, preparando-se para a acareação. Arruda insistirá na tese de que apenas fez uma consulta a Regina, na época do processo, por quebra de decoro parlamentar contra o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) para saber sobre a viabilidade de conseguir a relação de votos dos senadores durante a sessão que cassaria o mandato do peemedebista.




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