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Temer tenta afastar PMDB de conselhos do governo Lula
02/04/2003 | 00:15
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Descrente de um acordo institucional com o governo petista, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), começou nesta terça-feira uma articulação para que seu partido não participe de conselhos governamentais, como sugeriu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e finque pé na oposição. O primeiro passo da ofensiva, que tem o apoio de setores do partido na Câmara e Senado, foi o cancelamento da reunião que os cinco governadores peemedebistas (RS, PR, SC, PE e DF) teriam nesta quarta-feira com a bancada de deputados, em Brasília. Mas o partido votará com o governo a proposta de regulamentação do artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro.

Temer também tranqüiliza o governo em relação às reformas constitucionais. "Se as propostas do governo que não conhecemos forem boas, terão nosso apoio independentemente de qualquer coisa, inclusive cargos." Os governadores foram dispensados de tentar convencer a bancada a participar de conselhos que discutirão as políticas públicas. Motivo: boa parte dos peemedebistas está convencida de que o governo vai acabar investindo no esvaziamento do PMDB, com a cooptação de parlamentares para legendas aliadas.

A avaliação geral é de que, diante da pressa de engordar sua base de apoio no Congresso, o governo vai operar no varejo. "Até aqui eu vim trabalhando para compor, pela unidade partidária, mas cansei. Agora estou lutando pelo resgate da dignidade do PMDB", disse nesta terça-feira Michel Temer, para quem as conversas com o governo só têm servido para desgastar a legenda.

Temer foi um dos muitos que não gostaram da proposta de o partido participar de um conselho hipotético, que nem sequer existe. "São ofertas desvalorizantes para o PMDB."

Diferentemente dos governadores, que defenderam a participação de peemedebistas em conselhos governamentais, Temer diz que o local apropriado para que o PMDB formule suas políticas é o Congresso. Junto com Temer, nesta tese, estão o senador Sérgio Cabral Filho (RJ) e o primeiro-secretário da Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).




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