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Robô leva quinteto de Diadema a Marte

Alunos do campus Diadema da Univesp fazem parte do projeto

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
20/02/2021 | 07:00
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Divulgação


Após sete meses de viagem, a espaçonave Rover Perseverance, da Nasa, agência espacial norte-americana, pousou em Marte na quinta-feira. Explorador mais sofisticado já enviado ao espaço, ele não foi só, levou consigo microchip com diversos nomes. E o Grande ABC está representado na missão graças aos alunos do campus Diadema da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). </CS>Os responsáveis pelo feito são os estudantes do 6º semestre de engenharia de computação Alessandro de Santiago, Gerson de Carvalho, Maria Cristina Tessari Zampieri, Reginaldo Mota e Rogério Missias de Oliveira.

Morador de São Bernardo, Santiago, 55 anos, conta que a ideia de se inscrever surgiu porque o grupo tem interesse nas pesquisas e atividades espaciais, “o que nos faz estar sempre antenados às ações divulgação pela Nasa”. Ele conta que a inscrição, feita pela internet, não foi complicada e que não tinha critérios específicos.

A ação faz parte da campanha Send Your Name to Mars, que colocou em microchip nomes de cerca de 11 milhões de pessoas e instituições rumo ao planeta vermelho. O robô foi lançado em direção à Marte no dia 30 de julho de 2020, no Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.

Quando se inscreveu, o grupo trabalhava em programa de nanossatélite, com tutoria da doutoranda na área aeroespacial pela USP (Universidade de São Paulo), campus São Carlos, Fernanda do Nascimento Monteiro, orientados pelo professor doutor Marcos Antonio Scapin, do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). “O projeto é mais simples. Desenvolvemos a estrutura e alguns subsistemas funcionais”, diz Santiago.

O estudante explica que a ideia de participar da ação da Nasa ganhou vida, também, para incentivar outros alunos e até a si próprio. “Imagina você, no primeiro ano de faculdade, dizendo que vai fazer um projeto de um nanossatélite. Começando do zero, é difícil de acreditar”, explica. “Queremos mostrar que quem estuda engenharia de computação pode desenvolver desde um aplicativo para uma pizzaria, fazer um satélite, ou trabalhar em uma missão espacial completa. Costumamos falar em nosso grupo que o limite é a nossa imaginação”, acrescenta.

Santiago explica que, antes, quando as agências espaciais mandavam um satélite ao espaço, eles eram grandes, pesavam muito e custava caro enviá-los. “Hoje a gente brinca que o astronauta leva um satélite no bolso”, diz.

Presidente da Univesp, Rodolfo Azevedo parabenizou a iniciativa dos alunos. “A ação reforça o comprometimento com a instituição. Estamos no caminho certo”, afirma.

Santiago explica que a Nasa criou esse de projeto, de levar nome de pessoas ou instituições ao espaço, para que as indivíduos se sintam viajando junto com a missão. “É maneira de envolver a sociedade nesses projetos e também de justificar, mostrar, onde e como o dinheiro (destinado às missões) está sendo gasto”, explica o estudante, que trabalha com consultoria para empresas e conta que decidiu embarcar nessa formação para se reciclar.

O estudante que agora pode dizer que de certa forma participou da missão a Marte, é da geração dos anos 1960. Se lembra quando a espaçonave Apollo 11 pousou no solo lunar, em 20 de julho de 1969, levando o homem à Lua pela primeira vez. “Eu era muito garoto, mas aquilo sempre povoou meu imaginário. Agora tive a oportunidade de participar e não pude deixar passar”, conta. Para o futuro, espera ver a Missão Artemis, que em 2024 deve levar, pela primeira vez, astronautas mulheres à Lua. Profissionalmente espera trabalhar com projetos de </CW><CW-30>desenvolvimentos de nanossatélites.

HISTÓRICO
O robô Perseverance (veja os dados técnicos ao lado) tem como missão buscar vestígios de vida em local que já foi um lago há bilhões de anos. Carrega instrumentos para observar a geologia do local e transformar dióxido de carbono em oxigênio para viabilizar uma missão com humanos em Marte. Além disso, trará de volta à Terra amostras de rochas e sedimentos marcianos.

A expectativa é a de que o robô permaneça durante pelo menos um ano em solo marciano – o que equivale a dois anos na Terra. Não há data de retorno para casa. Isso porque há uma janela para as viagens acontecerem. Terra e Marte ficam mais próximas a cada dois anos e dois meses.

Um dos equipamentos enviados junto com o robô, a SuperCam pode fornecer imagens, análise de composição química e mineralogia a distância. Há, ainda, um espectrômetro de fluorescência de raios X e gerador de imagens de alta resolução para mapear a composição elementar em escala fina dos materiais de superfície de Marte. Esse equipamento permite detectar e analisar, de forma mais detalhada, os elementos químicos que compõem o planeta.

É possível acompanhar as novidades da missão por meio da conta oficial do Perseverance no Twitter (@NASAPersevere). 




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