Representantes da Volkswagen e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) participam às 13h30 de quinta-feira de audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) como parte do dissídio de greve instaurado a pedido do Ministério Público do Trabalho.

Se não houver acordo, o tribunal decidirá se a paralisação na montadora tem caráter abusivo. A greve é motivada pelo impasse nas negociações sobre a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados).

A audiência será realizada como última tentativa de se chegar a uma conciliação e assim evitar a realização do julgamento. Terça-feira, o movimento completou 20 dias, dos quais 13 sem produção de veículos na fábrica – os outros sete dias são sábados, domingos e um feriado. Deixaram de ser produzidos 13 mil veículos no período.

Em assembléia terça-feira pela manhã, os funcionários da Volkswagen decidiram manter a paralisação até o resultado da audiência no TRT. Na oportunidade, a categoria até avaliou a possibilidade de retornar ao trabalho, mas a proposta foi rejeitada por unanimidade, disse o diretor do sindicato na montadora, Wagner Santana. A Volkswagen não se manifestou.

“Explicamos que o tribunal julgaria o dissídio e tudo mais, mas os funcionários preferiram manter o movimento grevista para mostrar a insatisfação da categoria com relação ao impasse sobre o abono”, destacou Santana.

A audiência foi programada após o TRT ter recebido o pedido de instauração do dissídio, encaminhado terça-feira pelo Ministério Público do Trabalho, um dia depois de o MPT ter intermediado uma outra audiência, na qual novamente não houve acordo.

O TRT concedeu prazo de 24 horas – a contar de terça-feira – para a Volkswagen e sindicato se manifestarem sobre um pedido de liminar (decisão provisória) apresentado junto com o dissídio. O MPT fez o pedido a fim de proibir a montadora de contratar mão-de-obra e obrigar o sindicato a manter um efetivo mínimo de trabalhadores .

A montadora oferece a mesma proposta apresentada pelo MPT na audiência do último dia 7 – PLR de R$ 5 mil para uma meta de 208 mil veículos produzidos neste ano. O sindicato admite aceitar esse valor, mas quer negociar um patamar menor de produção, argumentando que esse total está fora da realidade da fábrica.