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China está a um passo de se tornar a quarta economia mundial
Por Da AFP
18/12/2005 | 14:48
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O avassalador crescimento econômico da China vem impulsionando o país ao primeiro plano do cenário mundial, o que pode ser comprovado nos próximos dias, quando o gigante asiático irá rever seu PIB de 2004, o que pode torná-lo oficialmente a quarta economia do mundo.

A China publicará nesta terça-feira um estudo no qual provavelmente revisará para cima os dados referentes a seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2004. Alguns especialistas dizem que a China pode incrementar em 300 bilhões de dólares seu PIB do ano passado.

A análise - baseada no setor da agricultura, indústria e serviços - deve permitir "afinar o PIB de 2004 e corrigir os dados históricos", explicou o Escritório Nacional de Estatísticas Chinesas.

Alguns especialistas falam de uma revisão para cima de 20%, o que significa que a China ultrapassará Grã-Bretanha, França e Itália no nível de riqueza.

"A principal mudança consistirá em incluir de forma mais precisa a riqueza produzida pelo setor de serviços, que é difícil de quantificar" sem uma análise profunda, explicou Andy Xie, economista-chefe do Morgan Stanley.

Em 2004, o PIB do gigante asiático alcançou 1,65 trilhão de dólares, no maior crescimento dos últimos sete anos (+9,5%). "Disseram-me que o PIB foi na realidade de 2 trilhões de dólares", acrescentou Xie.

A revisão tem dois objetivos básicos: aumentar a confiança dos empresários estrangeiros e reduzir a porcentagem do PIB destinada ao investimento, considerada muito elevada pelos economistas, segundo Xie.

Avery Goldstein, analista político especialista em China da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, confirma que a manobra tem como objetivo dar mostras de transparência à comunidade internacional.

"Os dirigentes chineses querem dispor das melhores estatísticas possíveis para tranquilizar a comunidade internacional", assegurou Goldstein.

No entanto, o anúncio de que a economia chinesa é ainda mais potente pode inquietar seus competidores estrangeiros, como a União Européia e os Estados Unidos, que em 2005 demonstraram que são conscientes da "ameaça chinesa".

Outro dos motivos que move Pequim a revisar seu PIB é o desejo das autoridades de dispor de um controle maior da riqueza nas províncias e vigiar mais de perto a fiscalização.

"Mas ainda há muita corrupção e a ausência de reformas políticas não favorece a transparência", advertiu Goldstein.



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