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Mais 30 vítimas do golpe do carro aparecem na delegacia
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
08/10/2005 | 08:20
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Em comum entre as cerca de 30 pessoas que lotaram a Delegacia Seccional de São Bernardo na manhã de sexta-feira, o fato de todas terem sido enganadas pela mesma quadrilha. Compraram pelo telefone e não receberam carros zero quilômetro. Agora, engrossam a lista de prejudicados pelos golpes praticados pelo grupo chefiado por Luiz Carlos Bravim, preso quinta-feira pela Polícia Civil de São Bernardo, em Jundiaí, com o comparsa Marcos Moreno.

Sexta-feira, os telefones da delegacia não paravam de receber ligações de vítimas. Nem os celulares usados pelo grupo de estelionatários, que fizeram cerca de mil vítimas nos últimos três anos, praticando o mesmo golpe. Anúncios em jornais e na internet divulgavam a venda de carros com descontos de 10% a 15%. Os interessados ligavam e eram atendidos pelos estelionatários, que encarnavam vários personagens para fazer crer que a vítima estava falando com funcionários com o banco de financiamentos da General Motors e de outras montadoras.

As histórias são quase todas iguais. Alguns, como um policial militar entrevistado pelo Diário, perderam valores na faixa dos 10 mil. "Cheguei na fábrica para buscar o carro e logo percebi o golpe. Juro, tive vontade de matar esse cara. Os R$ 6 mil que perdi podem não ser muito, mas era o que eu tinha", conta o policial. Ele pretendia comprar um Volkswagen Fox. Agora, vai ter de juntar o dinheiro novamente.

Outros perderam mais, muito mais. O advogado N.J., 56, morador de São Paulo, depositou primeiro R$ 11 mil e depois mais 99 mil para comprar uma Toyota Hilux. Ficou sem carro e de quebra se tornou a maior vítima da quadrilha de Bravim.

Sexta-feira, os esforços da Polícia Civil estavam voltados para mapear o patrimônio da quadrilha. Seis das cem contas bancárias do bando foram bloqueadas. Outras estavam sendo investigadas. "O que queremos é descobrir todos os bens antes que eles consigam se desfazer deles", diz o delegado seccional Marco Antônio de Paula Santos. Mais duas chácaras se somaram a apartamentos, carros e casas de luxo de propriedade da quadrilha.

Na tarde de sexta-feira, a polícia passou pelo menos cinco horas tentando abrir um cofre, encontrado em uma das filiais do grupo, em Mogi Guaçu, no interior do

Estado. Ao contrário de outras quadrilhas, a de Bravim não costumava guardar e transportar grandes quantidades de dinheiro vivo. No cofre, havia apenas documentos, poucas jóias e um cofre de porquinho cheio de moedas.




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