O julgamento dos membros da possível célula espanhola da Al Qaeda foi retomado, nesta quarta-feira, em Madri, centrado em um dos três acusados de cumplicidade nos atentados de 11 de setembro de 2001: o sírio Ghassoub Al-Abrash Ghayloun. O acusado responde por ter filmado as Torres Gêmeas de Nova York.

O interrogatório começou por volta das 11h30 locais (06h30 Brasília). A acusação pediu 62.509 anos de prisão por assassinatos terroristas em cumplicidade ativa. Isso equivale a 25 anos para cada um dos 2.500 mortos do 11 de Setembro.

A justiça espanhola acusa Ghayloun de ter filmado em detalhes os edifícios de Nova York, entre eles as Torres Gêmeas do World Trade Center, durante uma viagem aos Estados Unidos em agosto de 1997.

Uma cópia do vídeo foi entregue em janeiro de 1998 na Espanha a um seguidor próximo do terrorista Osama Bin Laden, identificado como Mohamed Bahaiah, conhecido também como "Abu Khaled", que a acusação apresenta como o mensageiro do Al Qaeda nos campos do Afeganistão, Chechênia e Europa.

Antes da visita judicial desta quarta-feira, a Audiência Nacional espanhola terminou o interrogatório, iniciado na noite de terça-feira, de Najib Chaib Mohamed, um dos 24 possíveis membros da célula espanhola da Al Qaeda, julgados desde sexta-feira em Madri.

A promotoria pede nove anos de prisão para este acusado, que teria desempenhado um papel menor nos atentados, no julgamento considerado o mais importante na Europa contra a Al Qaeda.

Segundo a acusação, o mensageiro do Al Qaeda entregou o vídeo das Torres Gêmeas ao comando que realizou os ataques de 11 de setembro. Abu Dahdah, principal acusado, negou na segunda-feira ter qualquer vínculo com a Al Qaeda ou ajuda ao comando dos atentados suicidas do 11 de setembro, que havia se reunido no dia 16 de julho de 2001 em Tarragona (Catalunha).

No total, 24 possíveis membros da Al Qaeda na Espanha começaram a ser julgados na sexta-feira passada em Madri.