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‘Votação do PAC é prioridade’, diz Chinaglia
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03/02/2007 | 21:42
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Após um mês e meio de campanha, Arlindo Chinaglia assumiu a presidência da Câmara de Deputados, na noite de quinta-feira, convencido de duas coisas. Que o debate e a votação sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) será tarefa prioritária deste início de gestão. Outra, que o país pode buscar inspiração na política econômica de países vizinhos.

Aos 57 anos, com um histórico de quem sempre esteve à esquerda de Lula no PT, Chinaglia acha que há boas lições na Argentina de Nestor Kirchner. Capaz de críticas ao governo de Hugo Chávez, diz também que determinadas iniciativas do presidente da Venezuela “merecem reflexão”.

Chinaglia lembra que, quando Kirchner anunciou medidas para estimular o crescimento, “a maioria dos analistas dizia que não iria dar certo”. “Quando viu que funcionavam, diziam que iriam durar pouco, pois o país vinha de uma recessão brutal. Hoje, com o país crescendo em taxas altas, é preciso admitir que, para as condições da Argentina, aquela política econômica deu certo. Nós temos obrigação de analisar isso.”

Não se trata de uma opinião isolada dentro do PT, sigla onde as idéias do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci nunca foram majoritárias. Chinaglia acha que a meta atual de superávit fiscal precisa ser discutida – e modificada. “Sou a favor de reduzir o superávit primário para favorecer o investimento. Assim, aquilo que você colocar na área social e em infra-estrutura deixa de ser contabilizado para o superávit. Pode estimular o crescimento.” Como se sabe, a elaboração e execução da política econômica é uma atribuição do Executivo, o que pode transformar esse debate em puro exercício de futilidades.

Chinaglia argumenta que a “Câmara não pode aprovar gastos”. “Mas pode acrescentar metas sociais ao PAC, por exemplo. Vamos discutir e emendar.”

Titular de um dos três Poderes da República, número dois na linha de sucessão do presidente, Chinaglia define sua missão como responder às “aspirações populares”. Diante da observação de que a maioria dos políticos prefere falar em “aspirações da sociedade”, ele diz que “não há diferença, a menos que se tenha preconceito contra o povo”.

Diante de Hugo Chávez, que pretende ficar no cargo até 2021, Chinaglia mantém a mesma posição de ambigüidade que marca o governo Lula. Condena o esforço de Chávez para aprovar reeleições infinitas “porque isso fortalece as pessoas e não cria instituições políticas sólidas”. Perguntado sobre um eventual terceiro mandato do presidente Lula, descarta a idéia em nome do princípio de realidade: “Essa conversa não existe”.

Chinaglia diz que “Chávez tem uma postura ideológica muito forte, mas difícil de acompanhar”. “Ou é impreciso. Ou sou eu que não alcanço.” Observa que Chávez discursa contra o “imperialismo”, mas mantém “ótimas relações comerciais com os Estados Unidos”.




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