Nem de perto foi um jogo do tamanho, do histórico e da importância de Brasil x Uruguai. Sonolento em alguns momentos, de pouca atitude na maior parte dos 90 minutos, mas a vitória da Seleção Brasileira por 1 a 0, no Emirates Stadium, em Londres, ficou marcada pelo gol de número 60 de Neymar com a camisa amarelinha, no penúltimo jogo da equipe no ano. Aliás, houve homenagem ao criador da camisa, Aldyr Schlee, que morreu anteontem e recebeu como lembrança o respeito de um minuto de silêncio antes de a bola rolar.

Com o tento de pênalti sobre os uruguaios, o atacante agora está apenas seis atrás de Zico, o terceiro maior artilheiro da história da Seleção. As duas primeiras posições do ranking são ocupadas por Ronaldo (67) e Pelé (95).

Quando o técnico Tite divulgou a escalação do Brasil, revelou o mistério: Walace, Arthur e Renato Augusto seriam os responsáveis pelo meio de campo verde e amarelo, com Douglas Costa, Roberto Firmino e Neymar à frente. Diante de uma descaracterizada e desfigurada equipe uruguaia, a Seleção até começou bem e chegou a balançar a rede com Neymar, em posição de impedimento. O atacante, aliás, teve outras duas oportunidades, em cobrança de falta e em chute de longe. Mas, depois disso, o time não conseguiu levar grandes perigos a Campaña na primeira etapa. Do outro lado, não fossem duas defesas providenciais de Alisson, Suárez e Cavani – estrelas solitárias – teriam colocado a Celeste em vantagem.

No segundo tempo, o Uruguai começou melhor e Suárez obrigou Alisson a mais uma grande defesa. Logo depois, Vecino cabeceou por sobre o gol. A partir daí, Tite passou a mexer no time e a Seleção melhorou. Allan e Richarlison foram a campo e passaram a dar trabalho para a defesa uruguaia. E, num lance polêmico, aos 28, Danilo invadiu a área e levou um chute de Laxalt – o árbitro assistente foi quem apontou a infração, o que causou irritação dos jogadores celestes. Neymar, que não tinha nada a ver com isso, cobrou no canto esquerdo do goleiro e abriu o placar.

O Brasil ainda teve uma última oportunidade para ampliar o marcador quando Neymar serviu Richarlison, mas o atacante errou.

Richarlison lamenta chance perdida, mas celebra mais uma oportunidade

Richarlison é um dos nomes que marcam a renovação da Seleção para a Copa do Mundo do Catar, em 2022. E o atacante do Everton se mostra cada vez mais à vontade. Ontem, contra o Uruguai, desperdiçou grande chance de marcar o primeiro gol com a amarelinha.

“Infelizmente, não deu para fazer o gol ali, mas o importante é que a Seleção ganhou. Estamos todos satisfeitos com o desempenho da equipe. Agora é ver o que o Tite tem para consertar durante a semana”, disse Richarlison. “É muito importante essa sequência. Quanto mais jogos aqui na Seleção, melhor. No meu clube também venho de sequência boa, então é continuar nessa pegada, porque ano que vem tem Copa América e quero estar dentro.”

Terça-feira, a Seleção volta a campo para o último jogo da temporada 2018, quando vai enfrentar Camarões, novamente na capital inglesa. Se Richarlison acha que o Brasil tem obrigação de vencer? “Não, porque do outro lado também terá uma equipe. Temos que respeitá-los, mas fazendo gols. Vamos com tudo para cima deles e, com certeza, vamos conseguir a vitória”, destacou. DB