Organizações Não-Governamentais, 'think tanks' e associações religiosas britânicas alertaram o governo de Tony Blair sobre as conseqüências "contraproducentes" e "extremamente perigosas" de uma intervenção armada dos Estados Unidos no Irã, em relatório divulgado nesta segunda-feira.

"As conseqüências de qualquer hipotética intervenção militar futura no Irã seriam completamente contraproducentes e extremamente perigosas", adverte o informe, que pede a Londres que pressione Washington para privilegiar uma solução diplomática do problema nuclear iraniano.

Entre os signatários do documento estão a ONG Oxfam, que luta contra a pobreza no mundo, Unison, GMB e Amicus, três dos principais sindicatos da Grã-Bretanha, o 'think tank' Foreign Policy Center, o Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha e associações cristãs, como a Pax Christi, dedicada ao desenvolvimento.

Os autores alertam para os possíveis efeitos de uma intervenção militar americana, que vão desde uma "maior instabilidade no Oriente Médio e na região, em especial no Iraque e Afeganistão", até uma situação "de insegurança exacerbada" e várias vítimas civis no Irã.

Esse passo poderia reforçar a vontade de Teerã de se tornar uma potência nuclear e levaria, provavelmente, à sua retirada do TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear), acrescenta o texto.

Os autores reconhecem como "altamente improvável que a Grã-Bretanha tenha um papel ativo em ataques militares no Irã", mas destacam seu peso diante de seu aliado americano, já que "um apoio público da Grã-Bretanha seria importante para os Estados Unidos", em caso de intervenção militar.