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Com liminar, Morando vistoria obra no Museu do Trabalhador

Prefeito de S.Bernardo tenta destravar
R$ 4 milhões vinculados ao projeto

Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
26/04/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Com liminar obtida na Justiça, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), vistoriou ontem a estrutura em obra que abrigaria o Museu do Trabalho e do Trabalhador na cidade, travada depois de operação da PF (Polícia Federal) em dezembro. O tucano entrou pela primeira vez no espaço e reafirmou a intenção de transformar o local em equipamento cultural.

“Entramos com o pedido para garantir a segurança do local e evitar que se deteriore ainda mais. Queríamos fazer algo relacionado à Educação, mas com essa estrutura de caixote e sem iluminação ficaria inviável termos salas de aula. Mas ainda é possível termos uma Fábrica de Cultura”, destacou o chefe do Executivo, referindo-se a projeto atrelado ao governo do Estado.

Morando mencionou que existem R$ 4 milhões do Ministério da Cultura bloqueados, e que dependem de decisões judiciais para serem liberados. “Não podemos projetar ou pleitear algo que ainda não tem autorização. Fazer o equipamento é meu desejo, faz parte do meu plano de governo. Mas só posso projetar quando a Justiça autorizar e tomar uma decisão sobre o convênio”, pontuou.

O Paço acredita ser possível concluir a parte física do projeto com os valores paralisados, porém a obra teria reduções no modelo econômico. Foram executados até o momento 62% dos serviços. Orçada inicialmente em R$ 18 milhões, a obra teve o montante elevado para R$ 21,7 milhões.

Após a visita ao equipamento, o tucano evitou analisar o andamento do processo. “A Justiça tem o tempo dela. Estou cumprindo meu papel e a sociedade tem o direito de saber que a obra está parada por corrupção”, completou o prefeito. A Operação Hefesta da PF resultou na prisão de dois então secretários do governo Luiz Marinho (PT) – Osvaldo de Oliveira Neto (de Cultura) e Alfredo Luís Buso (de Obras). Ambos, posteriormente, foram liberados.

A investigação da PF apontou desvio de recursos públicos da ordem de R$ 7,9 milhões. Entre os supostos crimes cometidos pelos envolvidos estão o aumento do valor total do projeto, superfaturamento de serviços de engenharia e arquitetura, extravio de verbas mediante pagamento em duplicidade pela realização de trabalhos, modificação do projeto original com custo acima do teto e prorrogações indevidas do contrato.

A operação deteve outras seis pessoas, entre elas o ex-secretário adjunto de Obras de Marinho Sérgio Suster (deixou a gestão petista em 2012) e empresários da Construções e Incorporações CEI e da Construtora Cronacon.

Durante a ação da PF foram apreendidos dois carros (BMW e Porsche) e R$ 300 mil em espécie, todos ligados aos donos das empreiteiras que também estão em liberdade.

Questionado pelo Diário, o MPF (Ministério Público Federal) alegou que “ainda há diligências em andamento”. “Tanto o inquérito policial como a ação civil pública seguem em fase de instrução. Não foi oferecida denúncia nem ação civil relativas ao caso. Continuam sendo realizados depoimentos e perícias do interesse da investigação”, informou a nota. 




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