Política Titulo Operação Lava Jato
Lista de Fachin envolve mais cinco do Grande ABC
Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
13/04/2017 | 07:00
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A lista do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), de políticos delatados por ex-executivos da Odebrecht inclui mais cinco nomes do Grande ABC, totalizando seis políticos da região. Os pedidos de abertura de inquéritos, encaminhados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), foram endereçadas a instâncias jurídicas inferiores porque os citados não possuem foro privilegiado. Ao todo, são 201 petições deste gênero.

As denúncias envolvem doações de campanhas supostamente ilegais aos três ex-prefeitos do PT Carlos Grana (Santo André), Luiz Marinho (São Bernardo) e Donisete Braga (Mauá), além de incluir a ex-deputada estadual Vanessa Damo e o ex-prefeiturável de Santo André Nilson Bonome (ambos do PMDB). O nome do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), já havia aparecido no rol.

As denúncias contra Grana e Bonome foram remetidas por Fachin à Justiça Federal paulista. Os nomes de ambos foram citados pelo delator Guilherme Pamplona Paschoal, ex-executivo da empreiteira. Segundo a delação, o petista e o peemedebista receberam “pagamentos de vantagens” por parte da Odebrecht na campanha eleitoral de 2012, quando Grana saiu vitorioso no segundo turno do pleito contra Aidan Ravin (ex-PTB, hoje PSB).

A petição, porém, não detalha os valores. Ao Diário, Grana negou irregularidades na sua primeira campanha majoritária e ressaltou que todas as doações recebidas por ele naquele ano foram declaradas à Justiça Eleitoral. “A única doação que recebi da Odebrecht foi no valor de R$ 20 mil, por meio de um jantar que fizemos onde dezenas de pessoas estavam. Se houve outros valores oriundos da empreiteira foi via diretório nacional (do PT), porque um terço da arrecadação da minha campanha para prefeito em 2012 veio de recursos da (direção) nacional”, justificou o petista.

A denúncia contra Marinho foi feita pelos delatores Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e Pedro Augusto Ribeiro Novis. De acordo com as acusações, o petista recebeu, ao todo, R$ 600 mil em vantagens da Odebrecht para sua campanha ao Paço. Deste total, R$ 50 mil em doação oficial e o restante como caixa dois.

O inquérito sugere que as movimentações ocorreram na primeira campanha de Marinho, em 2008, citando que os repasses “seriam uma forma de se aproximar de Sérgio Gabrielli (ex-presidente da Petrobras) e Dilma Rousseff (ex-dirigente do conselho de administração da estatal), buscando se tratar da questão ‘nafta’”. A Braskem, controlada pela Odebrecht, celebrou contrato com a Petrobras em 2009 para fornecimento do produto.

Por meio de nota, Marinho, ex-ministro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rechaçou ilegalidades. “Todos os valores recebidos constam nas prestações de contas e foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral”, destaca o comunicado. A denúncia foi encaminhada à Justiça Federal do Paraná.

Nos casos de Donisete e Vanessa Damo, as delações de Guilherme Pamplona e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis indicam pagamento de R$ 1 milhão, por meio de caixa dois, para as campanhas de ambos ao Paço de Mauá, em 2012 – a disputa foi vencida pelo petista no segundo turno. Em troca das doações, a Odebrecht Ambiental seria favorecida na PPP (Parceria Público-Privada) da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). A empresa, que já detém a gerência do saneamento na cidade, chegou a ser vencedora da concorrência e já estava prestes a assumir a distribuição de água no município. Neste ano, porém, o governo Atila Jacomussi (PSB) congelou o processo e admitiu que pode rever a parceria.

Bonome, Donisete e Vanessa não retornaram aos contatos do Diário. 




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