Uma nova espécie de réptil, composta apenas por fêmeas que se reproduzem por um mecanismo de clonagem, foi descoberta na província argentina de Mendoza.
Segundo o Ricardo Juarez, biólogo do Museu de História Natural da cidade de San Rafael, "trata-se de um animal de origem híbrida, pois surge do cruzamento de duas espécies. Mas, ao contrário da mula (cruzamento entre o cavalo e o burro) que é infértil, essa espécie pode gerar descendentes". O animal foi descoberto em 2003.
O primeiro estudo sobre a espécie foi apresentado pela primeira vez no Sexto Congresso Argentino de Herpetologia, ocorrido entre 21 e 23 de novembro na cidade de Paraná, província de Entre Rios.
Segundo os pesquisadores, trata-se de uma espécie "única no mundo", que não tem reprodução sexual, mas "se multiplica por um sistema de partenogênese, ou seja, pela divisão do óvulo sem a penetração do espermatozóide".
"O óvulo se divide sozinho e as crias são geneticamente idênticas à mãe", explicou Juárez. O novo réptil é do tipo triplóide, "ou seja, tem três pares de cromossomos ao invés de dois, que é o mais comum", afirmou Juarez.
"São organismos muito peculiares porque resolvem problemas biológicos de forma muito particular, como a hibridização, para deixar descendência fértil", disse o biólogo.
Para Juárez "esta descoberta é importantíssima porque são poucos os casos, fora das espécies comuns, que permitem a realização de testes genéticos e o levantamento de hipóteses com tantas particularidades".
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