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São Bernardo e Metodista põem fim à parceria de 24 anos no hande

Problema administrativo encerra ciclo que
tornou a modalidade da cidade uma potência

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
06/04/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Fim de uma era. Assim pode ser visto o rompimento entre a Prefeitura de São Bernardo e a Metodista no handebol. Depois de 24 anos, problema na prestação de contas da temporada 2008 impossibilita qualquer repasse da administração municipal ao clube que gere a modalidade e que é vinculado a universidade. Sem saída, o jeito foi recorrer a outro parceiro e, a partir deste ano, o time, que é o maior vencedor do Brasil, terá a Unip como apoiador.

Hoje, às 16h30, no Ginásio do Baetão, haverá coletiva de imprensa para anunciar detalhes do novo acordo.
A parceria com a Metodista, que começou em 1993, trouxe a São Bernardo 17 títulos da Liga Nacional e 21 do Campeonato Paulista, somando os desempenhos dos times feminino e masculino, além de enorme supremacia nos Jogos Abertos e Regionais. Constam ainda dois troféus do Pan-Americano e cinco do Sul-Americano.

Um dos fundadores do projeto, Alberto Rigolo, que foi técnico do time masculino de 1993 até 2008, quando passou a coordenar o projeto, função que ocupou até 2014, lamentou muito o fim da parceria e, mesmo distante, aponta culpados. “Não sei exatamente o que está acontecendo porque estou afastado desde 2014, mas posso assegurar que a culpa pelo afastamento dos patrocinadores e do público do handebol é da Confederação Brasileira de Handebol e do seu presidente Manoel Luiz Oliveira. Tivemos Liga Nacional em 2016 com 150 pessoas na arquibancada na semifinal. Qual empresa aceitaria patrocinar competição pouco atrativa como essa?”, questionou Rigolo.

Segundo o ex-dirigente, a Confederação apostou muito nas Seleções Brasileiras e esqueceu dos clubes. “O Manoel teve todos os méritos na conquista do título mundial da Seleção feminina (em 2013) e da evolução do masculino, mas ele esqueceu dos clubes. Fez parceria com time rico da Áustria, que é de primeiro mundo, para que as jogadoras da Seleção jogassem juntas lá e pagou muito por isso, mas não deu R$ 1 para Santo André, São Bernardo ou São Caetano. As federações também pouco contribuem para a evolução da modalidade, não têm nenhuma organização e os campeonatos são fraquissímos”, disparou Rigolo, que lamentou ainda o fim das transmissões na ESPN Brasil, emissora que sempre foi vista como parceira do handebol.  

Times e categoria de base serão mantidos por novo apoiador

Treinador do time feminino de São Bernardo e uma das pessoas que ajudaram a criar a parceria com a Metodista, em 1993, Eduardo Carlone viu com naturalidade a troca do parceiro para a temporada 2017.
 

 “Tudo na vida tem começo, meio e fim. Estou muito triste com o fim da parceria com a Metodista, mas acho que é algo natural. Foram 24 temporadas em que ganhamos praticamente tudo e viramos referência”, comentou Carlone.


Segundo o técnico, serão mantidos elenco e comissão técnica, e a entrada da Unip como apoiadora vai dar mais fôlego ao projeto. “Não é patrocínio e, sim, parceria. A Unip quer modernizar o Baetão e retomar as escolinhas de esporte. Vamos manter o time adulto e todas as categorias de base.”

O Diário tentou contato com José Ronaldo do Nascimento, o SB, técnico do time masculino, mas não obteve resposta.

Confederação rebate críticas e diz que Liga de 2016 foi um sucesso 


A Confederação Brasileira de Handebol rebateu as criticas de Alberto Rigolo, ex-técnico e coordenador da Metodista/São Bernardo, e disse que a edição 2016 da Liga, que teve formato inédito com jogos regionalizados, foi um sucesso tendo conseguido 204 horas nas emissoras de TV no Brasil e transmissão de 100 jogos, inclusive quatro em canal aberto.
 

 “Nós não tínhamos como interferir no término da parceria entre a Metodista e a Prefeitura de São Bernardo. Nossas atribuições estão ligadas às competições e às Seleções Brasileiras. Trabalhamos para fazer com que o handebol evolua e o formato que escolhemos para a Liga em 2016 trouxe novos times (foram 31 equipes participantes). A ideia deve ser copiada pela Liga de Basquete”, comentou o presidente da Confederação Manoel Luiz Oliveira. 


O dirigente disse que estuda forma de auxiliar financeiramente os clubes. “Hoje cuidamos da Liga, da arbitragem, mas temos projeto para ajudar as equipes e aumentar o nível do handebol”, disse.



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