Os presidentes de Câmara da região se reuniram nesta sexta em Santo André e decidiram criar a Frente Regional Parlamentar do Grande ABC a ser lançada em março. O idealizador da proposta, o presidente do Legislativo de Santo André, Carlinhos Augusto (PT), disse que o objetivo desse espaço é enfocar temas relevantes na sociedade e citou como exemplo a segurança, o desenvolvimento econômico e saúde. “O temas serão voltados ao parlamento e à qualificação das ações parlamentares no Grande ABC”, disse. O petista afirmou que também será possível fazer alguns debates em torno da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e o papel dos vereadores.

Os presidentes ainda definiram que serão criados grupos temáticos para debater diversos assuntos regionais. As reuniões terão locais diferentes. Haverá rodízio nas sete cidades do Grande ABC. Os presidentes ainda querem a integração da frente com outras entidades já instituídas na região como é o caso das Câmara Regional do ABC.

Os presidentes também querem que a frente tenha a participação dos vereadores para que a entidade não se esvazie como aconteceu com o Fórum de Vereadores do Grande ABC, idealizado em 1997 pelo ex-vereador e então presidente da Câmara de Santo André, Vanderlei Siraque, hoje deputado estadual pelo PT.

O presidente da Câmara de São Bernardo, José Walter Tavares (PL), disse que para não haver o esvaziamento a frente tem de ter caráter jurídico, inclusive com regimento interno. “Não pode ser formada só de presidentes de Câmara senão os demais vereadores acabam se desinteressando. Além disso, um mandato de presidente dura apenas dois anos e a frente precisa de continuidade.”

Para o presidente da Câmara de São Caetano, Flávio Rstom (PTB), essa frente poderá trazer inovações. “A idéia é difundir e conscientizar a população da realidade e funções do parlamento”, afirmou.

O presidente do Legislativo de Mauá, Hélcio Antonio da Silva (PT), que também participou da formação do Fórum de vereadores em 1997, disse que essa frente precisa ser permanente institucionalmente do ponto de vista jurídico. “Poderemos ser referência para outras regiões do país. É preciso trabalhar para varrer de vez o fisiologismo e o clientelismo das Câmaras.”

Adler Teixeira, o Kiko (PSDB), de Rio Grande da Serra, disse que é o vereador a pessoa que está mais ligada à população e seus problemas e, portanto, é preciso uma valorização das Câmaras.

Edson Savietto (PT), de Ribeirão Pires, acha que a frente será um grande desafio para os vereadores que poderão fazer encaminhamentos regionais de forma coletiva.

O único presidente ausente foi Manoel Eduardo Marinho (PT), de Diadema, que alegou compromissos com o prefeito José de Filippi Júnior.