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Lei do estágio completa três
anos e muda mercado de trabalho
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
03/10/2011 | 07:30
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Vivenciar a profissão na prática. Esse é o objetivo dos estudantes que buscam participar de programas de estágio. Os direitos e deveres do aluno e das empresas contratantes sempre foram muito discutidos. Hoje, após completar três anos, a lei do estágio mostra que se tornou um marco no mercado de trabalho.

Após sua implantação (em 2008), devido ao receio das empresas, o número de oferta de vagas caiu 40% e prejudicou milhares de jovens. No mesmo ano, a chegada da crise econômica mundial também contribuiu para que as contratações - tanto de estudantes, quanto dos demais profissionais - fossem freadas, principalmente nos seis primeiros meses.

Segundo a Associação Brasileira de Estágios, antes de aprovada a legislação, havia 1,1 milhão de estagiários no País, sendo 715 mil do Ensino Superior e 385 mil dos ensinos Médio e Técnico. Esse número, hoje, recuou para 900 mil. Atualmente, existem 5,08 milhões de estudantes no Ensino Superior, mas apenas 14,5% conseguem estagiar (740 mil). Já no Ensino Médio, a situação é mais grave, pois dos 8,33 milhões, apenas 3,1% (260 mil) estão estagiando. Os números, apesar de baixos, melhoraram, mas são semelhantes aos observados em 2007, quando 1 milhão estagiavam.

"Toda mudança tem seu período de adaptação. Hoje nota-se que o nível de contratações tem crescido, conforme a consolidação da nova economia brasileira", diz o superintendente do Núcleo Brasileiro de Estágio, Carlos Alberto Cavalheiro.

Luiz Gonzaga Bertelli, presidente Executivo do Centro de Integração Escola-Estudante, lembra que o ano de 2009 foi de adequação às novas exigências, como a de auxílio transporte obrigatório, direito a recesso remunerado e redução na jornada máxima diária de estágio, o que, associado à crise econômica que assolava o mundo naquele ano, causou redução de 10% no número de novas oportunidades de estágio, comparado ao ano anterior à lei.

Segundo o Nube, para estimular as organizações durante a contratação, algumas vantagens foram instituídas. Desse modo, elas ganharam incentivos sociais e fiscais e não precisam recolher INSS, FGTS, verbas rescisórias e 13º salário. Entretanto, a grande melhoria foi o aumento da segurança jurídica. Do outro lado, dentre os benefícios consquistados pelos jovens está a alteração da carga horária para o máximo de seis horas diárias de trabalho. "Desta forma, o jovem tem como conciliar melhor os estudos em sala de aula com o estágio. É uma oportunidade de conhecer profissões que se tenha aptidão, para aqueles que cursam o nível médio, ou de se aprofundar ainda mais naquilo que se gosta de fazer, para os de Ensino Superior", diz Cavalheiro.

 

Estudantes encontram 500 vagas na região

Para aqueles que procuram uma oportunidade de estágio, as empresas do Grande ABC oferecem cerca de 500 postos. As bolsas-auxílio variam entre R$ 350 e R$ 750, para que os estudantes cumpram jornada de seis horas diárias. As oportunidades se estendem aos jovens dos ensinos Médio, Técnico e Superior, período matutino ou noturno.

No sistema do Ciee, atualmente, existem 45 mil estudantes cadastrados, 250 vagas em aberto e 3.500 alunos em estágio na região.

Jovens interessados poderão encaminhar e-mail para sbc@cieesp.org.br, ou ainda acessar o site www.ciee.org.br e fazer cadastro.

"Isso mostra que a nova Lei do Estágio só contribuiu para que o programa (de estágio) ficasse ainda mais eficiente. É do interesse das empresas ter jovens que possam ser moldados e treinados de acordo com o perfil da companhia e, ao mesmo tempo, possam oferecer experiência aos novos profissionais", analisa o superintendente de tecnologia e educação do Ciee, Eduardo Sakemi.

Segundo o Nube, nesta semana estão disponíveis 250 postos. Interessados podem se cadastrar no site www.nube.com.br. Vale lembrar que os serviços oferecidos em ambas entidades não cobram nada do estudante.




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