"Não quero um treinador para montar time nem ganhar títulos, mas para revelar jogadores". Esta é a justificativa do presidente do Santo André Jairo Livolis para a saída do técnico Candinho, dos Juniores, que foi dispensado do clube mesmo após a conquista dos Jogos Abertos do Interior. O treinador, que já tem proposta de outros clubes, disse quinta-feira desconhecer o motivo de sua saída, mas sabia dizer que o vice Celso Luiz de Almeida teria sido contra. "Sei que o Celso, que acompanhou nossa ida aos Jogos, foi contra. Não batemos em cachorro morto", analisa o treinador. Souza, ex-São Bernardo, assumiu o cargo.

Para Candinho, tudo estava caminhando de acordo com o planejado. "Depois que chegamos aqui com o título, imaginava estar bem no clube para a Copa São Paulo, mas esta é a decisão do presidente, que achou melhor mudar às vésperas da Copinha. Respeito sua decisão, embora acredite que o trabalho tinha sido bem feito. Agora, desejo sorte ao Santo André. Jamais houve qualquer problema, sempre trabalhei com lealdade e honestidade. Entro e saio de cabeça erguida", disse o técnico, que agora pode assumir a Portuguesa ou o América de Rio Preto para a competição de juniores.

O presidente do Ramalhão se mostrou surpreso com o desfecho. "Não sei porquê tanta surpresa. Não aconteceu nada. É normal quando encerra uma temporada a gente dispensar aqueles que não serviram. O trabalho não estava sendo como a gente desejava", conclui.

Para Livolis, "nossa preocupação com a categoria de base é descobrir talento, não montar time, ganhar título. Fomos desclassificados do Campeonato Paulista, perdemos de times inferiores. Há um desencontro de filosofia. Quando o treinador chega, explicamos o que queremos, mas depois começa a perceber que não está assim".

Segundo o dirigente, a maior preocupação é com o "projeto Santo André". "Ele é o pilar para o time profissional. A obrigação é que os juniores revele atletas".