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Concorde deixará de voar após 27 anos
Por Da AFP
10/04/2003 | 09:00
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Após 27 anos de exploração comercial, o supersônico franco-britânico Concorde deixará de voar antes de 1º de novembro, devido à impossibilidade das companhias Air France e British Airways de continuar enfrentando os custos crescentes do 'grande pássaro branco'.

As duas únicas companhias que exploram o supersônico chegaram a um acordo para retirá-lo definitivamente dos céus a partir da noite de 31 de outubro, mas a Air France interromperá seu serviço a partir de 31 de maio e só o reiniciará até a data marcada se o contexto econômico for favorável.

O Concorde fez seu primeiro vôo de teste no dia 2 de março de 1969 e em 1976 a Air France e a British Airways iniciaram seus vôos comerciais. Atualmente, as duas empresas dispõem de um total de 12 aparelhos, cuja procura de passagens caiu sensivelmente, principalmente devido à guerra no Iraque.

A Air France explicou através de um comunicado o fim dos vôos devido "à precariedade dos resultados econômicos da linha transatlântica", sobretudo desde o início do ano. "A degradação da situação econômica ao longo destes últimos meses se traduziu por uma redução do tráfico de negócios, que pesou particularmente nos resultados do Concorde", declarou Jean-Cyril Spinetta, presidente da Air France.

Assim como a Air France, a British Airways assinalou que "esta decisão foi tomada por razões comerciais, já que o número de passageiros diminuiu sensivelmente, enquanto os custos de manutenção do aparelho aumentaram".

Fontes da Air France já tinham dito esta semana que o índice de passageiros do supersônico por vôo havia caído em torno de 20% desde o começo da guerra no Iraque, frente a 50% anteriormente.

A Air France previa inicialmente continuar a exploração do Concorde até 2007-2008, data limite a partir da qual seria realizada uma revisão total dos aparelhos. O Estado francês, acionista majoritário da Air France, respeitará "qualquer decisão da companhia", declarou na terça-feira o secretário de Estado de Transportes, Dominique Bussereau.

"Se a decisão for para encerrar a exploração, o Governo, como todos os franceses, derramará uma lágrima, que não será uma lágrima de crocodilo", acrescentou.




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