A população chinesa aumentou 132,15 milhões de habitantes em relação ao censo anterior, realizado em 1990, ou seja, um aumento de 11,66%, anunciou em entrevista à imprensa Zhu Zhixin, diretor adjunto do Comitê Diretor do Quinto Censo realizado desde a fundação da China comunista, em 1949.

Nos últimos dez anos, a população chinesa tem aumentado uma média anual de 12,79 milhões de habitantes, o que constitui um crescimento de 1,07%.

Este índice diminuiu 0,4 ponto sobre o que prevalecia no final da década de oitenta, "o que demonstra que a política de controle da natalidade foi coroada de êxito", celebrou Zhu.

Segundo os dados do censo, 653 milhões de chineses são homens e 612 milhões de mulheres. Zhu reconheceu que o excesso de homens continuou aumentando nos últimos anos. Assim, em 1999, nasceram 117 meninos para cada 100 meninas, contra 111 meninos por 100 meninas há dez anos. A norma internacional é de 106 meninos por 100 meninas.

O governo chinês reconhece que este desequilíbrio está ligado à política do filho único, que leva alguns pais a interromper uma gravidez quando sabem que estão esperando uma menina, ou até mesmo a praticar o infanticídio de meninas.

Pequim proibiu os exames destinados a determinar o sexo do feto, com a esperança de acabar com esse tipo de abortos e flexibilizou a política do filho único, permitindo dois ou mais filhos por casal em algumas regiões, acrescentou Zhu.

Zhu assinalou que a taxa de fecundidade na China passou a 1,8 menino por mulher em idade de procriar, contra 4 meninos por mulher em 1970, uma evolução que se aproxima à dos países ocidentais.

Entretanto, os especialistas ocidentais não acreditam muito no censo, já que muitos cidadãos podem ter falsificado a informação temendo represálias, devido aos meninos nascidos em infração da política do filho único.

Além disso, as autoridades locais são pressionadas para respeitar as cotas de crescimento demográfico em suas respectivas regiões.

Realizado em novembro do ano passado, o mais censo já organizado no mundo enfrentou também numerosas dificuldades, devido ao grande número de chineses que vivem mais ou menos legalmente fora de seu domicílio oficial.

Mas Zhu calculou a margem de erro do censo em apenas 1,81%, ou seja, uns 23 milhões de habitantes, o equivalente à população do Peru.