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Estudo sobre imunidade dos pica-paus à dor de cabeça vence Prêmio IgNóbil
Por Da AFP
05/10/2006 | 17:58
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O esforço de cientistas que se debruçaram sobre complexas questões como porque os pica-paus não têm dor de cabeça enquanto bicam os troncos das árvores à procura de besouros, ou o papel da massagem retal na cura do soluço foi reconhecido nesta quinta-feira com os prêmios IgNóbil, uma sátira aos Nobel, entregues em Cambridge, Massaschussets, apresentados por ganhadores do prestigiado prêmio concedido pela Academia Real Sueca.

Ivan Schwab, da Universidade da Califórnia Davis, e Philip May, da Universidade da Califórnia Los Angeles foram premiados com o Ig de Ornitologia por seu trabalho pioneiro sobre a capacidade dos pica-paus em evitar dores de cabeça.

Wasmia al-Huty, da Universidade do Kuwait, e Faten al-Mussalam, da Autoridade Pública do Kuwait para o Meio Ambiente, levaram para casa o prêmio de Nutrição por mostrarem que besouros comedores de estrume são na verdade exigentes na escolha de sua refeição.

Os prêmios são entregues para "honrar as experiências que primeiro fizeram as pessoas rir, e que depois as fizeram pensar", segundo os organizadores. Aos vencedores é dado um minuto para fazerem seu discurso de agradecimento, com o limite de tempo estritamente regulado por uma falante menina de oito anos.

As solenidades envolvem tradicionalmente espectadores atirando aviõezinhos de papel no palco enquanto o professor de Harvard Roy Glauber voluntariamente varre tudo, como faz há 10 anos.

Glauber insistiu em se manter no serviço de faxina para a 16ª cerimônia anual deste ano, mesmo tendo sido o vencedor do Prêmio Nobel de Física do ano passado.

Apesar do tom irreverente da cerimônia, os prêmios são levados cada vez mais a sério pela comunidade científica, com oito dos 10 vencedores deste ano pagando do próprio bolso para comparecer à cerimônia.

Um deles, incapaz de comparecer à cerimônia por motivos familiares, foi Howard Stapleton da Merthyr Tydfil, em Gales, que foi contemplado com o Prêmio da Paz por ter inventado um repelente eletromecânico de adolescentes.

O aparelho emite um barulho irritante projetado para ser ouvido apenas por adolescentes, e não por adultos. Anteriormente ele usou a mesma tecnologia para fazer ligações telefônicas ouvidas unicamente por adolescentes e não por seus professores.

Três cientistas americanos, Lynn Halpern, Randolph Blake e James Hillenbrand, foram reconhecidos com o Prêmio Acústico por conduzirem experimentos para saber porque as pessoas não suportam o som de unhas arranhando o quadro negro.

E dois pesquisadores da Australia's Commonwealth Scientific and Research Organisation, que descobriram quantas fotos você precisa tirar para assegurar que ninguém em um grupo pisque, receberam o Prêmio de Matemática.

Francis Fesmire, da Universidade do Tennessee, recebeu pessoalmente o Ig de Medicina por seu trabalho "Tratamento de soluços com massagem digital retal", enquanto o de Física ficou com Basile Audoly e Sebastien Neukirch, da Universidade de Paris, por terem enfim desvendado porque o espaguete seco tende a se quebrar em mais de dois pedaços.

Enquanto as conclusões de um grupo de cientistas da Universidade de Valência e da Universidade das Ilhas Baleares, na Espanha, não estão totalmente claras, os juízes consideraram seu estudo sobre a "Velocidade ultra-sônica no queijo cheddar quando afetado pela temperatura" merecedor do Prêmio de Química.

Também premiado pela pesquisa com queijos, Bart Knols da Universidade Agrícola de Wageningen, na Holanda, conquistou o Ig de Biologia por sua contribuição para a pesquisa que mostra que os mosquitos fêmea da malária são atraídos pelo odor do queijo limburguer e do chulé.

Os últimos vencedores do prêmio foram Don Featherstone, criador do flamingo rosa de plástico, Kees Moeliker, que registrou o primeiro caso cientificamente comprovado de necrofilia homossexual em patos, e Stefano Ghirlanda, co-autor do estudo "Galinhas Preferem Humanos Bonitos".




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